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Bolsonaro cria comitê anti-Covid e volta a falar em ‘tratamento precoce’

No auge da pandemia. Bolsonaro, governadores e chefes de poderes se reuniram para discutir ações


Após reunião na residência oficial do Palácio da Alvorada com governadores, ministros e chefes de poderes, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que haverá uma parceria entre os governos estaduais, o Congresso e a União para combater a pandemia de Covid-19.


“Resolvemos, entre outras coisas, que será criada uma coordenação junto aos governadores, com o senhor presidente do Senado Federal. Da nossa parte, um comitê que se reunirá toda semana com autoridades para decidirmos ou redirecionarmos o rumo do combate ao coronavírus.”, afirmou o presidente em um breve pronunciamento após o encontro, ao lado de governadores e chefes de poderes.


O presidente disse também que, na reunião, discutiu o que ele chama de “tratamento precoce”. O método prevê a utilização de medicamentos defendidos pelo presidente, mas que não tem eficácia contra a Covid-19, de acordo com pesquisas científicas internacionais.


“Tratamos também de possiblidade de tratamento precoce. Isso fica a cargo do ministro da Saúde, que respeita o direito e o dever do médico off-label tratar os infectados”, argumentou Bolsonaro.


Vida ’em primeiro lugar’


O presidente disse ainda que defende “a vida em primeiro lugar”. Desta vez, ao contrário de suas falas habituais, Bolsonaro não equiparou o emprego à vida na categoria de prioridade.


A reunião entre Bolsonaro, governadores, ministros e chefes de poderes ocorre no dia em que o Brasil chegou à marca de 300 mil mortos por Covid-19, desde que a pandemia começou, há pouco mais de um ano.


O país vive o momento mais grave da pandemia, com sucessivos recordes diários de número de mortes e número de novos casos. Os sistemas de saúde nos estados está sobrecarregado, com filas na UTI e ameaça de falta de insumos para sedação de pacientes e de oxigênio.


Isolamento social


Em nenhum momento de seu pronunciamento, Bolsonaro falou de medidas de isolamento social, defendidas por especialistas como fundamentais para conter o descontrole do contágio, como é o caso atual da pandemia no Brasil.


Bolsonaro é um crítico de medidas de isolamento adotadas nos estados e, nos últimos dias, tentou, sem sucesso, barrar algumas delas na Justiça.


O tema do isolamento, no entanto, foi defendido pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), que também fez um pronunciamento após a reunião. Ao lado de Bolsonaro, ele ressaltou a importância de restringir a circulação de pessoas.


“Pedir a todos que entendam que em situações delicadas e críticas muitas vezes se faz necessário o isolamento social”, disse o governador.


Os governadores presentes à reunião não são críticos declarados do presidente. Além de Caiado, participaram Wilson Lima (Amazonas), Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Júnior (Paraná), Marcos Rocha (Rondônia), Renan Filho (Alagoas).


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