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‘SOS Acre’ arrecada mais de meio milhão de reais e doa 56 toneladas de donativos a afetados pela enchente

Uma verdadeira corrente de solidariedade se formou nos últimos dias em torno do estado do Acre que enfrenta, simultaneamente, o alto número de casos de Covid-19, surto de dengue, crise migratória na fronteira e a cheia dos rios que já atinge milhares de pessoas.


Por meio da campanha “SOS Acre”, o Ministério Público do Estado conseguiu enviar, nessa quarta-feira (24), 56 toneladas de itens de primeira necessidade para a população atingida pela cheia nas cidades de Sena Madureira e Tarauacá.


As duas cidades estão entre as mais afetadas do Acre devido à enchente dos rios. A cidade de Tarauacá, que tem 28 mil moradores afetados com a enchente do rio. De acordo com a Defesa Civil, cerca de 90% do município foi afetado pela enchente.


Já em Sena Madureira, a cheia do rio atinge mais de 27,6 mil pessoas. Ainda conforme os dados, 2,5 mil famílias estão desalojadas, ou seja, foram levadas para casas de parentes e outras 1.465 estão desabrigadas.


A movimentação começou ainda no sábado (20), quando imagens de cidades inundadas ganharam força na internet. Dez cidades foram atingidas pela cheia dos rios no Acre e mais de 121 mil pessoas estão atingidas.


Conforme o MP-AC, até esta quinta (25), foram contabilizados R$ 577.452,98 em doações feitas por 4.809 apoiadores de todo o país, que se sensibilizaram com a situação de emergência pública que o Acre enfrenta e que já configura um dos momentos mais críticos de sua história.


A campanha “SOS Acre” é uma realização do MP-AC, tendo como parceiro o Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJ-AC) e apoiadores, como empresários, artistas, entidades representativas do MP, da magistratura, MPs, sociedade civil, Associações nacionais, Instituições Federais, entre outros. A previsão é que, até esta sexta-feira (26), novas entregas devem ser feitas para as demais cidades acreanas atingidas pelas inundações dos rios.


Duas carretas, além de carros do MP-AC, saíram de Rio Branco levando kits de alimentação, limpeza, higiene pessoal, kit bebê, fralda geriátrica e água mineral para a população.


Projeto do RJ no Acre


Também sensibilizados com a situação do Acre que enfrenta, representantes do projeto Voz das Comunidades, que atende favelas no Rio de Janeiro, estão no Acre desde sábado (20). O grupo já conseguiu doações para entregar mais de 3 mil marmitas aos moradores atingidos pela cheia na capital e no interior.


Fundado por Renê Silva, o projeto tem várias iniciativas nas comunidades do Alemão, no Rio de Janeiro, e uma delas é o “Prato das Comunidades”, que foi criada no início da pandemia, em maio de 2020, para garantir alimentação às famílias em situação de vulnerabilidade.


Ao ver a situação do Acre, o grupo resolveu levar o projeto para o extremo Norte do país e se juntou a tantas outras iniciativas. Artistas também reforçaram pedidos de ajuda para famílias atingidas pela cheia dos rios com a campanha “SOS Acre”.


Cheia dos rios no Acre


Das 10 cidades atingidas pela cheia dos rios, pelo menos cinco apresentam vazante (diminuição no nível das águas) nos últimos dias. Em números atualizados, o Corpo de Bombeiros estima que mais de 121 mil pessoas ainda estejam atingidas pelas enchentes, mas o Acre chegou a ter 130 mil pessoas atingidas de alguma forma na capital e no interior do estado. A Defesa Civil considera atingidas pela cheia casas onde a água chegou, desabrigando ou não os moradores.


Além das 10 cidades, o município de Porto Acre declarou situação de emergência por conta da cheia do Rio Acre que avança e já atinge mais de 400 famílias na cidade e zona rural. O decreto foi publicado nesta terça no Diário Oficial do Estado (DOE).


Calamidade pública


O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) reconheceu, na segunda-feira (22), em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), estado de calamidade pública em 10 cidades do Acre atingidas por inundações causadas pela cheia dos rios no estado.


Os municípios de Rio Branco, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Jordão, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves enfrentam dificuldades com parte da população desabrigada (encaminhada para abrigos) e desalojada (levada para casa de parentes).


O governador do Acre, Gladson Cameli, havia decretado calamidade em uma edição extra do Diário Oficial do estado (DOE) também nesta segunda. Pelo menos em oito dessas cidades atingidas os rios estão com vazante (diminuição no nível das águas) e com estabilidade. Mesmo assim, a cheia é considerada histórica e atinge cerca de 118 mil moradores do estado acreano.


Campanhas em canais oficiais


Ministério Público do AcreTribunal de Justiça do AcreGoverno do estado


Pandemia, enchente, surto de dengue e crise migratória


O Acre registrou mais 852 novos casos de Covid-19 nessa quarta-feira (24), de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). O número de pessoas infectadas passou de 55.590 para 55.881 nas últimas 24 horas. O total de mortes agora é de 975, porque o Estado confirmou mais dois óbitos.


Desde semana passada, alguns rios ultrapassaram a cota de transbordo atingindo milhares de família. A cidade de Tarauacá, no interior do Acre, chegou a ficar com 90% do território tomado pela água. Sena Madureira foi uma das cidades mais afetadas pela cheia do rio, que atinge mais de 27,6 mil moradores e desabriga mais de 1,4 mil famílias.


O Acre registra mais de 7,5 mil casos suspeitos de dengue e outros 1.683 casos já confirmados da doença. As cidades com mais casos suspeitos são: Rio Branco, com 3.276 casos representando 43,6% do total; Tarauacá com 1.986; e Cruzeiro do Sul que já contabiliza 18% dos casos com 396. A capital acreana já declarou situação de emergência devido o aumento no casos de dengue.


Também nesta semana se agravou o cenário dos imigrantes que estão retidos na fronteira do Acre com o Peru desde o ano passado, quando o país vizinho decidiu fechar as fronteiras e impedir a passagem deles para o lado peruano. Os imigrantes já estavam sendo atendidos pela prefeitura de Assis Brasil, mas no último dia 14 se rebelaram e ocuparam a ponte da cidade.


Pelo menos 40 imigrantes que fazem rota reversa pelo Acre e tentam entrar no Peru continuam a acampados na Ponte da Integração, mais de 10 dias depois de ocuparem o local. Ao todo a cidade ainda tem mais de 300 imigrantes depois de ter mais de 500.


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