Autoridades de saúde afirmam que é necessário ter de 60% a 70% de vacinação da população numa localidade para controlar o microrganismo e cortar a linha de transmissão do vírus. Na cidade de Rio Branco, estimada em 400 mil habitantes, seria necessário ao menos a vacinação de 280 mil habitantes.
A projeção leva em conta desde problemas logísticos à falta do imunizante em larga escala no Brasil.
Para o cálculo, foi utilizado a quantidade de vacinados desde do início da vacinação na capital [desde a última quinta-feira, 21, até esta sexta-feira, 05]. No total, foram vacinados em 15 dias, 3.051 habitantes, portanto, a média vacinal é de 203 habitantes/dia, na capital. No primeiro lote, Rio Branco recebeu 3.600 doses da Coronavac, e até esta sexta-feira, 05, só foram vacinados 3.051 habitantes, restando 549 doses.
O 2º [Astrazeneca/Oxford] e 3º [Coronavac] lote que desembarcaram nos últimos dias totalizam mais 3.600 doses do imunizante. Segundo a Semsa, o 2º e 3º lote começaram a ser aplicados na última quinta-feira, 28. No total, Rio Branco conta com 7.200 mil doses do imunizante.
Ao ser questionada sobre quantas doses do 2º e 3º lote já foram utilizadas, a Semsa não soube informar. Disse que ainda estava sendo feito um levantamento e que 600 doses desses lotes seriam usadas para idosos acamados e o restante nos profissionais de saúde. Ao ac24horas, a Semsa afirmou que iria divulgar o balanço acerca da vacinação na próxima sexta-feira (12).
A falta de transparência da Prefeitura de Rio Branco em relação às doses do imunizante tem atrapalhado nas projeções das autoridades de saúde.
Se hoje, Rio Branco tivesse 280 mil doses do imunizante em estoque, ainda assim levaria três anos e dez meses, já que em média, o Sistema Único de Saúde (SUS) da Prefeitura consegue vacinar por dia 203 pessoas.
Em um cenário otimista, se a Prefeitura vacinasse 1 mil pessoas por dia, ainda demoraria 280 dias, ou seja, nove meses e meio para alcançar a meta das autoridades de saúde, que é de 70% da população imunizada. Portanto, ainda será necessário por um longo tempo o uso de máscara, álcool gel e medidas de distanciamento social.
Apesar do baixo índice de cobertura vacinal, o ex-secretário de saúde e membro do Comitê Acre Sem Covid, Osvaldo Leal, afirmou que é possível ter um número melhor nos índices de vacinação, ao defender também um número maior de doses.
“As equipes de saúde da Semsa tem knowhow – sabem como fazer – em vacinação. Além das unidades de saúde podem ser desenvolvidas estratégias específicas considerando o público a ser vacinado como drive thru, equipes móveis e utilização de espaços públicos e privados que facilitem o acesso das pessoas. Havendo vacina é plenamente factível atingir coberturas muito superiores aos números apresentados”, afirmou.