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Jogadora deixa o Bahia e relata falta de alimentação para atletas; clube se manifesta

Foto : Divulgação/ECB/Felipe Oliveira

A atacante Evelyn Monteiro, de 23 anos, conhecida como Gadu, deixou o Bahia nesta semana e revelou detalhes sobre os bastidores do clube que desagradaram parte do elenco. Após o clube garantir o acesso para a Série A1, a atleta, que foi um dos destaques da equipe tricolor, foi anunciada pelo Real Brasília, outro time que vai disputar a competição nacional.


Em live no Instagram, a jogadora respondeu perguntas de seguidores e afirmou que decidiu deixar o Esquadrão por não concordar com situações que aconteceram. Gadu chegou a dizer que faltava alimentação para as jogadoras e relatou atraso no pagamento dos salários.


“Primeiro eu pensei bastante na minha vida, preciso de desafios novos, conquistei muitas coisas aqui e vou ser grata com isso. Mas tiveram algumas coisas dentro do Bahia que me preocuparam. Questão de preocupação com alimentação, falta de alimentação em viagens, falta de alimentação no alojamento, situações quando eu me machuquei, de outras atletas que estavam passando na fisioterapia. Muitas coisas que foram juntando, virou uma bola de neve e pesou na minha decisão”, afirmou a centroavante.


Segundo o clube, em contato com o jornal Correio, não é verdade que as atletas tenham ficado sem alimentação no alojamento ou em viagens durante os torneios. O clube disse ainda desconhecer situações em que as jogadoras tiveram que bancar a própria alimentação.


Gadu disse ainda que se sentiu ferida com as declarações emitidas pelo Esquadrão em nota oficial. Em comunicado, o Bahia confirmou que foi feita uma oferta com proposta salarial de mais do que o dobro do que a atacante ganhava, e que não foi sequer respondida. A jogadora, no entanto, declarou que não é verdade.


“Não foi o dobro. As pessoas falam como se a gente ganhasse muito dinheiro. Eu não recusei oferta. Não foi questão salarial, mas questões pequenas que me fizeram tomar essa decisão”, iniciou Gadu. “O nosso contrato no futebol feminino não é profissional, é um contrato amador. Segundo que quem tratava sobre negociação era o nosso coordenador (Djailton Conceição), não era a diretoria. Entramos em contato com ele em novembro, quando eu me machuquei, ele adiou. Em dezembro o meu agente tentou conversar com ele e nada. Ainda em dezembro ele voltou a entrar em contato para uma prorrogação do contrato, que se encerraria em 31 de dezembro, pois ainda estavam tendo jogos. Nós assinamos por três meses, até março”.


A jogadora prosseguiu: “No dia 10 de janeiro ele entrou em contato com o meu representante, disse que queria conversar sobre a renovação. O meu empresário me passou o que o Bahia havia proposto. A decisão estava nas minhas mãos, mas eu sentei com o coordenador, expliquei os motivos e disse que estava de saída. Foi aí que a diretoria se manifestou. Vitor Ferraz (vice-presidente) tentou negociar e, de todos que conversaram comigo, ele foi o único que mostrou interesse na permanência. Os outros não. Ele conversou com o meu assessor, mas mesmo antes de postar nas redes sociais eu conversei com Vitor e avisei que estava de saída. Não fui mau-caráter. Jamais faria isso”, completou.


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