Fux diz que ministro da Defesa desmentiu Villas Bôas sobre reunião para pressionar o STF

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, foi procurado pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo, que tentou impedir que fosse adiante a tensão política após a revelação de que o general Villas Bôas e o alto comando do Exército pressionaram a Suprema Corte a autorizar a prisão do ex-presidente Lula (PT), em 2018.


Fux disse em entrevista à Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (18), que o general Fernando Azevedo desmentiu o general Villas Bôas: “Ele falou que não houve nenhuma reunião de Comando Militar para tratar de eventual resultado de julgamento do Supremo, para reagir a isso”, relatou Fux .


Na última segunda-feira (15), o ministro do Supremo, Edson Fachin, rebateu a afirmação do general Eduardo Villas Bôas de que discutiu com outros integrantes das Forças Armadas o conteúdo de uma mensagem no Twitter publicada um dia antes da análise do pedido de Habeas Corpus de Lula no STF.


Fachin classificou como “intolerável e inaceitável qualquer tipo de pressão injurídica sobre o Poder Judiciário”.


Segundo Fux, o ministro da Defesa o procurou para acalmar os ânimos com uma mensagem para dizer que a declaração de Villas Bôas foi, na verdade, um ato isolado dele e que as Forças Armadas não gostariam de potencializar a crise.


“O ministro da Defesa (Fernando Azevedo) entrou em contato comigo, tenho até uma mensagem enviada por ele, dizendo a mim o seguinte: ‘ministro Fux, nós não queremos potencializar essa notícia porque na verdade foi declaração isolada do ministro Villas Bôas no momento de fazer sua biografia, não há nenhuma concordância das Forças Armadas em relação a pressão sobre o Supremo’”, disse Fux.


“O ministro Fernando me disse para não deixar criar uma crise nisso. Vou ler o que me mandou (Fux pega o telefone e começa a ler a mensagem): ‘em todas as minhas notas como ministro da Defesa reafirmo o compromisso das Forças Armadas com a democracia e a Constituição de 1988. As Forças Armadas estão voltadas para o cumprimento das suas obrigações legais.”, ressaltou o ministro do Supremo.


Compartilhar

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn

Últimas Notícias