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Com mais de 1,5 mil casos de Covid-19 e 20 mortes, Mâncio Lima renova decreto de situação de emergência

No início de abril do ano passado, mesmo ainda sem registrar nenhum caso de Covid-19, a prefeitura da cidade declarou situação de emergência por conta da pandemia. A medida tinha validade até 31 de dezembro e, como a situação não foi controlada, a prefeita em exercício Ângela Maria Valente resolveu renovar o decreto.


Com pouco mais de 19,3 mil habitantes, Mâncio Lima registra 1.578 casos confirmados de Covid-19 e 17 mortes, segundo último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde.


Apesar de no boletim da Sesacre constar 17 óbitos causados pela Covid-19 em Mâncio Lima, a prefeitura da cidade afirma que, ao todo, a cidade registra 20 mortes, sendo 14 no ano passado e seis somente este ano.


A cidade do Vale do Juruá aparece ainda como uma das que mais registra casos novos da doença. Segundo o boletim, Mâncio Lima está em 4º quarto lugar no ranking dos municípios com maior incidência dos casos, com 817 casos para cada 10 mil habitantes. A taxa de mortalidade também é alta, de 8,8 para cada 10 mil habitantes.


“Vivemos momentos muito difíceis em função da pandemia da Covid-19, porque temos aqui no nosso município uma incidência muito alta, um índice elevado de infecções. No ano passado, durante os 11 meses iniciais da pandemia, tivemos 14 óbitos e este ano, em apenas um mês nós tivemos seis, sendo que desses seis, dois ocorreram no mesmo dia. Nossa população ainda insiste em resistir aos cumprimentos dos protocolos sanitários”, disse a prefeita em exercício.


Falta de médicos

Outro ponto citado pela prefeita como preocupante é a falta de médicos. Segundo ela, a cidade enfrenta um deficit desses profissionais e os técnicos e enfermeiros estão chegando ao limite por conta da alta demanda. Como Mâncio Lima não tem leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na ala de Covid-19, os pacientes com quadro mais grave da doença são transferidos para Cruzeiro do Sul.


“Acontece que Cruzeiro do Sul enfrenta uma realidade preocupante, porque atende todo o Vale do Juruá, além de municípios do Amazonas e está chegando à beira de um colapso por falta de leitos e de UTI. Então, isso tudo nos preocupamos bastante e diante desse quadro fizemos uma reunião e entendemos que a melhor forma é atender ao decreto do governo do estado e decretar em nosso município situação de emergência”, afirmou Ângela.


O decreto publicado nesta quinta prevê a autorização da mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem sob a coordenação da Secretaria Municipal de Saúde nas ações de enfrentamento à pandemia. E autoriza ainda a convocação de servidores que estão de férias e voluntários para reforçar as ações.


Dentre as medidas, o decreto também libera a dispensa de licitação para aquisição de bens e serviços destinados ao enfrentamento da doença. Inclusive a contratação de pessoal, desde que os contratos possam ser concluídos no prazo máximo de 180 dias consecutivos.


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