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Vereador diz que decisão de Bocalom sobre retorno às aulas é inconsequente; deputado também protesta

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, decidiu que os alunos do 5º ano devem voltar às salas de aula a partir do dia 8 de fevereiro, porém a decisão repercute mal e ecoa de forma negativa nas redes sociais, entre políticos, sindicado da educação e servidores do setor.


Para os críticos, Bocalom erra ao decidir que estudantes e servidores voltem a frequentar a escola em plena pandemia de covid-19 e em um momento de alerta por causa da segunda onda do vírus.


O vereador Adailton Cruz (PSB), que também é presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde do Acre, considera a decisão do prefeito precipitada e inconsequente.


“Estamos vivenciando a maior crise sanitária que humanidade já viu, quase mil vidas perdidas em nosso estado, uma decisão desta, neste momento, sem imunidade rebanho, em período de pico, é no mínimo equivocada e inconsequente. Estamos com uma quantidade de vacinas que não cobrem, sequer, vinte por cento da nossa população, e ainda que seja, não traz, nos próximos 40 dias qualquer segurança aos alunos, sevidores, professores e famíliares. Se persistir, iremos usar todos os meios legais para que garantir a devida segurança, a todos.”


Na manhã desta quarta-feira, a secretária de Educação do Município, Nabiha Bestene, afirmou que a volta às aulas tem por objetivo evitar prejuízos na transição do 5º para o 6º ano do ensino fundamental, quando os estudantes passam a ser de responsabilidade do governo do Estado.


Haverá rodízio, com 50% dos estudantes nas salas de aula apenas. Além disso, a Prefeitura vai disponibilizar equipamentos de proteção, como máscaras e álcool em gel. Outra ideia, que já está em prática, é a capacitação dos servidores para atuarem no auxílio das medidas sanitárias.


Jenilson diz que vai consultar comitê


O deputado estadual e médico infectologista Jenilson Leite (PSB) diz que não é recomendável o retorno das aulas neste momento.


O parlamentar afirmou que vai consultar o comitê de acompanhamento especial da covid-19 no Acre para saber “se essa é uma decisão do comitê ou uma determinação unilateral do prefeito Bocalom”. Ele acredita que o comitê não autorizaria a volta às aulas.


“Voltar as aulas com nossas UTIs lotadas e falta de leitos e oxigênio em Estados vizinhos nao é recomendável. O momento de retomar as aulas é quando tivermos uma maior tranquilidade sanitária e não em meio a esse fervor que estamos vivendo, onde nossas UTIs estão lotadas, nossos servidores em saúde cansados e pessoas adoecendo e morrendo de COVID todos os dias. A vacina que chegou não vai ser suficiente para imunizar nem os profissionais que estão na linha de frente, estamos vendo em nossos Estados vizinhos as pessoas morrem por falta de oxigênio. Há um ditado que diz que quando a gente vê um problema acontecendo ao nosso lado, a gente põe as “barbas de molho”. Vou consultar ao comitê COVID para saber se essa é uma decisão do comitê ou uma determinação unilateral do Prefeito Bocalom. Mas acredito que o comitê não autorizaria o início das aulas num momento difícil como esse que estamos vivendo, mesmo com adaptações sanitárias. Há uma recomendação sanitária de adaptação de escolas que queiram funcionar, mas para momentos de maior tranquilidade.”


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