Os responsáveis e os negacionistas

Não existem grandes poderes sem grandes responsabilidades. Essa afirmação não é de nenhum grande filósofo, literato ou líder mundial. É a mais emblemática declaração do primeiro filme do Homem Aranha, quando ele se deslumbra com seu poder e é trazido de volta à realidade por seu pai.
Mas afora a ficção, é um ensinamento para a vida. O líder, ou quem está investido de alguma autoridade, além do poder, tem também que se preocupar com o uso que faz dele. No sentido de servir. De ser responsável e digno. Quem usa o poder pelo poder não o merece e geralmente paga muito caro.
O que se observa desde o início da terrível pandemia é que as autoridades se distinguem em dois grupos: as responsáveis, que pautam seus atos pela ciência, pela preservação da vida, dos interesses maiores da sociedade. E o outro grupo, o dos inconsequentes, negacionistas, populistas, que só veem seus interesses imediatos e de grupos que pouco se importam com a coletividade. Nessa turma estão os que se escondem por trás de uma suposta defesa dos empregos para mascarar que na verdade estão em busca do melhor para seus negócios e interesses privados.
O governador Gladson Cameli, desde o início da pandemia tem mantido uma postura correta, de ouvir a ciência, as referências médicas, não aquelas que acreditam na panaceia da cloroquina ou dos feijões mágicos do falso apóstolo, mas de quem está na linha de frente do combate à pandemia.
Talvez isso explique por que os vizinhos Amazonas e Rondônia estão nessa situação calamitosa e o Acre sobrevive com dificuldades, mas com seu sistema de saúde pública reforçado. Para os negacionistas, os relativistas, sobra o fardo das 200 mil mortes da gripezinha. Para os responsáveis, o julgamento positivo da História. Os negacionistas, os que defendem o fim das máscaras, das medidas sanitárias são os primeiros que, ao menor sinal da COVID apelam ao sistema público de saúde que eles tanto combatem ou a UTIs aéreas e preces ao seu Deus capitalista. Os pobres lotam as enfermarias e dependem da boa vontade do governo que, no Acre, tem se mostrado presente.
No auge da pandemia uma parceria entre o governador Gladson Cameli e a prefeita Socorro Neri assumiu posturas corajosas. Não se nota agora que essa parceria possa continuar no mesmo patamar. Pena.
Aos que trocam a saúde da população pela cervejinha no boteco, pelos bailes do fim de semana, a conta pode chegar logo. A responsabilidade é coletiva.
O preço a pagar pela negação da PANDEMIA e da ciência, como único caminho pra vencê-la é muito, muito alto e definitivo.
É medido em vidas perdidas.
E pode ficar ainda mais alto.
Diante da morte iminente não aprendemos a lição?
Somos todos responsáveis.
Para diminuir essa curva aterrorizante é preciso que cada um de nós faça a sua parte.
Não só o poder público.
TODOS temos que ter maturidade e responsabilidade cívica para enfrentarmos juntos os desafios que estão diante de nós.
Hora de abrir os olhos e ver o que precisa ser visto!
Sob pena de sofrermos a tragédia brutal, que vivem hoje nossos vizinhos do Amazonas e Rondônia.


Socorro Camelo é jornalista


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