Com fotos que mostram diversas marcas de agressão física, a internet foi tomada nesta terça-feira, 5, pelo depoimento de uma jovem e de dezenas de mensagens de apoio contra uma agressão sofrida por Joyce Meirelles na noite do último Réveillon, em Rio Branco. De acordo com a denúncia feita nas redes sociais, o agressor seria um cabo da Polícia Militar do Acre, que também seria lutador de taekwondo.
Em vídeos publicados no Instagram, Joyce aparece chorando e contando parte da história, mas não identifica o nome do agressor. Ela chega a mostrar parte do seio, onde é possível ver um forte hematoma “Eu não posso falar muita coisa, mas estou saindo da corregedoria, acompanhada de um advogado, fui machucada por todo o corpo. Inclusive, na cabeça onde tive início de traumatismo craniano. Não vou desistir do processo, nem de ir buscar a justiça. O que eu passei, muitas mulheres passam também”, conta.
Em outro trecho do vídeo, a jovem afirma que não há justificativa para que um policial militar, faixa preta em arte marcial, cometa a agressão. “Um professor de taekwondo, batendo em uma mulher dessa maneira, isso não tem justificativa”. Nas publicações, Joyce mostra os antidepressivos que conta que tem tomado desde o dia da agressão.
Joyce revelou o motivo da agressão. Conta que durante uma discussão acabou jogando uma taça em outra mulher. Ao perceber que a agressão resultou em um corte na vítima decidiu ir embora. Nesse momento teria tido início a agressão por parte do cabo da PM.
A versão do PM
O ac24horas conversou com o militar acusado da agressão. Trata-se do cabo da Polícia Militar Jarleson Lima que deu sua versão dos fatos. Em um extenso relato, ele conta como os fatos aconteceram, diz que fez uso progressivo e necessário de força e agiu em legítima defesa de terceira.
Leia o relato do PM.
Policial Militar Jarleson Lima
Acontece que no dia 1° de janeiro, durante uma comemoração de réveillon totalmente familiar, o amigo de um parente chegou na festa acompanhado dessa cidadã, que passou a ingerir bastante bebida alcoólica e em determinado momento por motivo de ciúmes se apossou de uma taça de vidro e começou a atacar uma outra moça que estava na companhia de meu irmão, realizando várias perfurações na face da menina, momento em que eu, enquanto policial militar e temendo por meus familiares que estavam próximos da briga, inclusive minha irmã grávida de 7 meses e minha esposa, me identifiquei como PM e agi em legítima defesa de terceiro, tentando cessar a injusta agressão e retirar a agressora de perto de meus familiares e da vítima. Fiz uso progressivo e necessário da força até que a mesma saísse de dentro da propriedade de meu familiar e entrasse no carro para ir embora, momento em que quando a mesma se preparava para deixar o local começou a gritar que “ela era da facção B13 e que todo mundo ali iria se fuder”.
De imediato a vítima que teve o rosto perfurado foi levada às pressas para receber atendimento hospitalar tendo em vista que seus rosto totalmente dilacerado não parava de san
grar, e eu me dirigi até a delegacia da regional para registrar um boletim de ocorrência de toda minha ação, tendo em vista que a mesma foi totalmente proporcional e legal conforme determina a lei.
Acontece que desde então, minha imagem tem sido compartilhada em redes sociais com recompensa para quem souber o meu endereço, bem como ligações com ameaças de um suposto irmão da vitima se dizendo membro da referida facção criminosa.
Acredito na justiça dos homens e mais ainda na justiça de Deus, e tenho total convicção da legalidade de minha ação e estou com a sensação de dever cumprido de ter impedido um possível homicídio, tendo em vista que se um dos cortes tivessem atingido uma artéria a vítima poderia ter sangrado até a morte no local.
Rosto da jovem que teve rosto cortado após Joyce usar uma taça de vidro