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Justiça nega revisão da pena de homem condenado pela morte de artista chilena no AC

A Justiça do Acre rejeitou o recurso de revisão de sentença de José Vagner Pedrosa Bezerra, condenado pela morte da artista chilena Karina Constanza Bobadilha Chat, de 22 anos, em fevereiro do ano passado, em Rio Branco. A condenação dele, ocorrida em setembro de 2020, foi de mais de 23 anos de prisão.


Com a análise do recurso, a sentença inicial da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar da Comarca de Rio Branco foi mantida, por unanimidade, pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre, em sessão ordinária nessa quinta-feira (21).


Inicialmente, o julgamento da apelação estava marcado para ocorrer no último dia 14 de janeiro, mas, segundo informou o TJ-AC, devido problema técnico no sistema, o processo foi retirado de pauta naquele dia e remarcado para essa quinta. O relator foi o desembargador Pedro Ranzi.


Bezerra foi condenado a 23 anos e 11 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de feminicídio e furto.


Karina era artista de rua e foi encontrada ferida com mais de 20 facadas em fevereiro do ano passado na Avenida Amadeo Barbosa. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu no pronto-socorro da capital.


O processo está em segredo de Justiça e por isso, o G1 não conseguiu contato com a defesa de Bezerra. Em reportagem publicada no último dia 13 de janeiro, houve contato com a advogada que fez a defesa dele no júri popular, Helane Christina, mas ela informou que atuou como advogada dativa apenas durante o julgamento e que não foi ela quem entrou com o recurso.


O júri condenou Bezerra pela morte da artista com três qualificadoras: motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Os jurados também condenaram o acusado por ele ter furtados os objetos da vítima após o crime. Ele está preso no Complexo Penitenciário de Rio Branco.


Laudo descartou violência sexual


Como o suspeito afirmou que tentava um relacionamento com a vítima e ela se negou, e por isso acabou morta, a polícia chegou a investigar se a chilena tinha sido vítima de violência sexual.


Ao G1, o delegado responsável pelo caso, Cristiano Bastos, informou, na época da morte, que o resultado do laudo descartou que Karina tenha sido vítima desse tipo de violência.


“Foi colhido material genético dela, foi feito o exame no Instituto Médico Legal de Rio Branco e está descartada essa hipótese”, afirmou Bastos.


‘Família impactada’


A tia de Karina, Kary Chatt, contou que a menina era malabarista e havia saído do Chile em abril de 2019.


Revoltada, ela pede por justiça. “Minha Karinita foi assassinada por um animal maldito do Brasil. Exijo justiça. A família está muito mal, estamos impactados e tristes. Chega de abusos e assassinatos. Ela era alegre, bela, terna e solidária. Um amor. Não entendo”, lamentou.


No Facebook, a avó da chilena, Silvia Irturra, usou o perfil no Facebook para lamentar a morte da neta e fez um texto se despedindo.


“Em direção à luz, você está viajando para o paraíso, já não estás neste plano, estás no plano celestial. Pedimos a Deus que a encha de mais luz dando a felicidade celestial e a paz eterna hoje à nossa imensa dor. Abriremos as nossas mãos e os nossos corações e te deixaremos ir. Você merece viver longe da dor, viver sem mágoas nem lágrimas. Te deixamos ir, mas nunca te esqueceremos”, escreveu.


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