O indígena Joaquim Kulina, de 20 anos, preso no último dia 7, após matar o pai, de 42 anos, e o irmão, de 12, com golpes de faca no pescoço teve a prisão preventiva decretada. A decisão foi do juiz Marcos Rafael Maciel de Souza, da Vara Criminal de Feijó, no interior do Acre.
O crime bárbaro ocorreu na Aldeia Múltipla Etnia, que fica às margens do Rio Envira, na zona rural de Feijó. Ele foi preso em flagrante depois que foi amarrado por indígenas de uma aldeia vizinha ao tentar fugir do local pela mata.
Na decisão, o juiz indeferiu o pedido da defesa para que Joaquim Kulina fosse posto em regime de semiliberdade por ser índio. O G1 não conseguiu contato com a defesa do indígena até última atualização desta reportagem.
“Os meios eleitos pelo agente para atentar contra a vida do próprio pai e do irmão menor evidenciam periculosidade concreta, apta a incentivar a prática de novos delitos caso o flagranteado permaneça em liberdade. A prisão se mostra necessária também a resguardar a instrução criminal”, pontuou o juiz na decisão.
O delegado responsável pelo caso, Railson Ferreira, informou que a parte da Polícia Civil já foi concluída e que agora só aguarda os resultados dos laudos para encaminhar à Justiça. Segundo ele, após a decretação da prisão preventiva, o indígena foi levado nesse domingo (10) para o presídio de Tarauacá, cidade vizinha.
“Ele foi indiciado por duplo homicídio qualificado tanto por motivo torpe, como por asfixia, uma vez que o irmão após levar a facada no pescoço, também foi asfixiado com uma corda”, disse o delegado.
Embriagado no dia do crime
Segundo informações de testemunhas repassadas à polícia, Joaquim estava embriagado quando chegou no local onde o pai, Levi Kulina, estava deitado e começou uma discussão.
Ele reclamava de que o pai não ajudava com o trabalho, que só vivia bebendo e foi quando puxou a faca e desferiu um golpe no pescoço. A vítima morreu no local mesmo antes de receber socorro.
Ao ver o pai morto, o irmão do suspeito, Dido Kulina, de apenas 12 anos, questionou o que tinha acontecido, reclamou da situação e chorou agarrado ao corpo do pai. Foi então que Joaquim Kulina pegou a mesma faca que tinha usado contra o pai e deu também um golpe no pescoço do irmão.
Ferido, o adolescente ainda correu por alguns metros, mas foi alcançado pelo irmão que terminou de matá-lo com uma corda enrolada em seu pescoço.
Após os crimes, o suspeito correu pela área de mata para tentar fugir e acabou sendo localizado por um outro grupo de indígenas de uma aldeia vizinha. Eles então o amarraram e chamaram a polícia.