Enquanto 130 pacientes da Covid-19 lutam pela vida no Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC), um grupo promove neste sábado (30) uma grande feijoada no Clube dos Oficiais, que fica ao lado da unidade que trata casos graves de coronavírus.
O festão terá muito pagode, sertanejo, arrocha e funk. Nem mesmo o toque de recolher imposto pelo governo para frear a curva de contaminação no Acre intimidou os organizadores, que mudaram os horários de início e fim da festa para adaptá-la ao decreto.
“O que era bom, ficou melhor”, diz o cantor Hangel Borges, sobre as alterações. Ele é velho conhecido dos acreanos por ter protagonizado situações polêmicas que viraram notícia.
a gente vive no meio de um monte de gente sem noção, pra não chamar de criminosa
os caras vão meter uma festa do lado do hospital com pessoas morrendo de covid, no meio de um decreto estabelecendo toque de recolher justamente por conta do aumento de casos.
Em vídeo gravado para as redes sociais, Borges aparece ao lado de um amigo, Davi Rocha, que também convida a população a se divertir na festa em plena pandemia de Covid-19, que já matou mais de 850 acreanos. “Pessoal, vocês não podem perder”, diz o homem.
Intitulada o “Golpe Taí, Cai Quem Quer”, a balada vem gerando muitas críticas nas redes sociais. No Twitter, um usuário comentou: “Esse povo é muito sem noção”.
“Imagina, as famílias buscando os corpos de quem morreu de covid e do lado o som alto e a galera dançando?”, tuitou outro. O ex-vereador Rodrigo Forneck, do PT, afirmou que a festa é um afronta às autoridades e à população. “Bando de babacas”, revoltou-se outra usuária.