A primeira pessoa a tomar a CoronaVac no Brasil é a enfermeira Mônica Calazans, 54, que trabalha na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. Negra, ela é moradora de Itaquera, na zona leste da capital paulista. A vacinação ocorreu no Hospital das Clínicas.
Há oito meses, dia sim, dia não, Mônica Calazans, 54, sai de sua casa em Itaquera, na zona leste da capital Paulista, e leva cerca de uma hora e meia se deslocando até o trabalho no Emílio Ribas, hospital de referência para a covid-19 na região central de São Paulo.
Mônica atua na UTI da unidade que hoje possui 60 leitos e desde abril mantém mais de 90% de taxa de ocupação no combate à covid-19. A enfermeira é do grupo de risco: obesa, hipertensa e diabética. Mesmo assim, há oito meses, dia sim, dia não, vai ao hospital trabalhar.
Em maio, quando a pandemia atingia alguns de seus maiores picos, se inscreveu para vagas de CTD (Contrato por Tempo Determinado) e, dentre vários hospitais, escolheu trabalhar no Emílio Ribas, mesmo ciente de que a unidade estaria no epicentro do combate à pandemia. Segundo ela, a vocação falou mais alto.
Mônica atuou como auxiliar de enfermagem durante 26 anos e resolveu fazer faculdade já numa fase mais madura, de acordo com o governo paulista. O diploma veio aos 47. Ela é viúva e mora com o filho Felipe, 30. Antes da vacina, ela se emocionou e chorou junto ao governador João Doria (PSDB).
Durante a pandemia, ela teve seu irmão caçula, auxiliar de enfermagem de 44 anos, internado por 20 dias com a doença.
“Eu tenho em mente sempre que não posso me abater porque os pacientes precisam de mim, por isso tenho sempre uma palavra de positividade e de que vamos sair dessa situação. O que me ajuda também é o prazer que sinto com o meu trabalho”, afirmou a enfermeira.