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Empresário do interior do Acre que pegou Covid-19 após ceia de Natal morre vítima da doença

Um homem calado, paciente e amigo. É assim que a família descreve o empresário de Sena Madureira, interior do Acre, Altemir Chaves Nunes Sampaio, de 56 anos. Nunes, como era mais conhecido, morreu com Covid-19 no domingo (10) no Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC) após ser transferido do interior para Rio Branco na sexta-feira (8).


O empresário testou positivo para a doença após uma ceia de Natal feita na casa de familiares em dezembro do ano passado. No dia, a família diz que ele já estava bastante cansado com falta de ar e com tosse.


A esposa dele, Jurinete de Sampaio, de 54 anos, também foi infectada pela doença e está entubada no Into-AC desde sábado (9). Ela ainda não sabe da morte do marido.


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Ao G1, a vereadora de Sena Madureira e cunhada de Nunes, Ivoneide Bernardino, contou que o empresário tinha obesidade, era cardiopata e tinha problemas nos pulmões. Segundo ela, a ceia de Natal contou com dez parentes e nenhum outro familiar se infectou após a confraternização.


“Acreditamos que se infectou após o Natal. Houve uma reunião, na medida do possível, mas com as medidas de segurança e nenhuma pessoa da família se infectou. Não foi na casa dele, foi na casa de outro familiar. Dois funcionários dele também pegaram, soubemos depois, mas não estavam na ceia”, explicou.


Antes da ceia, a vereadora explicou que o cunhado já apresentava uma tosse, não conseguia dormir porque o coração estava crescido e pressionava os pulmões. Após o Natal, os familiares aconselharam Nunes a buscar um médico e fazer exames.


“Na ceia estava ofegante, com a tosse, só que tinha essa tosse constante porque causa do problema no coração. A gente, em nenhum momento, pensou que fosse e nem a esposa achou que fosse Covid-19. As famílias se reuniram para levá-lo no cardiologista”, complementou.


Internação


Após o diagnostico positivo de Covid-19, Nunes recebeu a medicação e foi mandado para casa para ficar isolado. Porém, o empresário ficou mal com os sintomas, principalmente com falta de ar, e foi internado no Hospital João Câncio Fernandes.


“Ele passou Ano Novo internado. Minha irmã sentiu os sintomas também e foi fazer o exame dois dias depois que ele se internou. Ela foi também para ele não passar revéillon só e pediu para ficar internada. A equipe internou e quadro dela foi se agravando, o comprometimento do pulmão foi aumentando. Ele foi transferido na sexta [8] e ela no sábado [9]”, frisou.


Ainda segundo a vereadora, Nunes resistiu à entubação com medo de não resistir e morrer. Mas, diante do agravamento do quadro, a equipe médica decidiu transferi-lo para a capital acreana.


“Ele já saiu daqui entubado, estabilizaram ele, mas de sábado para domingo sofreu uma parada cardíaca e morreu. Meu cunhado tinha um bar e um restaurante, era muito conhecido na cidade. Era uma pessoa maravilhosa, muito calado, na dele, mas sempre muito para cima. Muitas gente nas redes sociais manifestando solidariedade, era muito querido, não criava conflitos e era incapaz de ofender alguém”, relembrou.


A vereadora contou ainda que o cunhado não demonstrava que estava ruim, sempre dizia que estava bem e se preocupava com a mulher.


“Desde que estava internado nunca disse que estava ruim, sempre falava que estava bem. Acompanhei ele aqui e dizia que sempre que estava bem e perguntava pela minha irmã. Dizia para que conversar com minha irmã, era brincalhão, era um bom filho, pai, esposo, cunhado”, disse.


Quadro da esposa


A esposa de Nunes está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Into-AC com 80% do pulmão comprometido, mas consciente. Ivoneide disse que a irmã não tem nenhuma comorbidade, mas apresentava um quadro depressivo nos últimos meses.


“Ela não conseguiu fazer a ventilação e a equipe achou melhor colocar ela na UTI. Ela nem pode saber da morte dele, não tem condições de saúde e nem emocional de saber”, finalizou.


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