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Com mais de 5,4 mil casos de dengue em 2020, Acre monta plano de contingência de combate à doença

Em meio a pandemia do novo coronavírus, a população do Acre precisa redobrar os cuidados também contra o mosquito Aedes Aegypti durante o período de inverno. Em 2020, o estado confirmou mais de 5,4 mil casos de dengue e para reduzir as notificações e casos positivos a Secretaria de Saúde (Sesacre) monta um plano de contingência de enfrentamento à doença.


Entre janeiro e o último dia 19 de dezembro do ano passado, o Acre registrou mais de 12 mil notificações de casos suspeitos de dengue. Destes, 5.429 foram confirmados para a doença. Com isso, 15 cidades do estavam em alerta de surto da dengue.


O Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial da Sesacre disse que ainda não dispõe dos dados fechados de casos de 2020 e nem dos números de 2021.


Esse números devem ser atualizados conforme os municípios forem inseridos os dados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Por conta da pandemia, recesso e mudança de gestores em algumas cidades, os dados de dengue e outros agravos não estão sendo atualizados em tempo oportuno.


Sobre o plano de contingência, o núcleo informou que os gestores estão se reunindo e traçando todas as estratégias, junto com os municípios, para combater as doenças causadas pelo mosquito. Outras reuniões estão marcadas para acontecer no decorrer da semana para as definições gerais.


A reportagem, a chefe do Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial da Sesacre, Márcia Andréa de Abreu, destacou que a população é a principal aliada nessa luta mantendo os quintais limpos – onde se concentra a maior parte dos criadouros do mosquito – e eliminar qualquer foco da doença.


“Sem ela, não conseguiremos reduzir a população de mosquitos e evitar novos casos das doenças. Estamos ajustando ainda, e esse ajuste depende do pessoal da Assistência, Vigilância Epidemiológica, comunicação, Atenção Primária, Controle Vetorial, Educação em Saúde. Cada um com atividades específicas, mas o Plano Estadual tem comando único, que é o gestor”, destacou.


O caso é preocupante mais ainda no Juruá. Mais da metade dos casos de dengue no Acre em 2020 foram registrados no município de Cruzeiro do Sul, no interior do estado. O levantamento aponta que dos 5.429 casos confirmados da doença em todo estado, 2.719 foram em Cruzeiro do Sul. O número representa ainda um aumento de 2,4% em relação ao mesmo período em 2019, quando foram registrados 2.655 casos de dengue.


Com relação às notificações da doença também houve um aumento de 2,6%. Conforme os dados, entre janeiro e 19 de dezembro do ano passado foram contabilizados 6.186 casos notificados de dengue, sendo que no mesmo período em 2019 eram 6,030.


Dengue em Tarauacá
Nesse sábado (9), o Jornal do Acre 1ª divulgou dados recebidos do município de Tarauacá, no interior, que mostram que a cidade já recebeu 224 notificações de dengue nos primeiros dias de janeiro. Destes, 216 deram positivos.


No último dia 3, sete profissionais do Hospital Dr. Sansão Gomes estavam afastados após serem diagnosticados com dengue. Entre os servidores afastados com dengue estão cinco técnicos de enfermagem, um enfermeiro e um funcionário da recepção. No plantão desse domingo, a unidade estava com dois enfermeiros e quatro técnicos, sendo que normalmente são três enfermeiros e oito técnicos.


Para também conter a doença, a secretaria de saúde da cidade montou um plano de contingência. Uma das medidas que devem ser tomadas é a instalação de uma unidade sentinela para atendimento voltado somente aos casos de dengue.


Principais sintomas da dengue
Os principais sintomas de dengue são os seguintes:


Dores fortes na barriga;
vômitos persistentes;
transpiração abundante;
fraqueza;
sonolência
irritabilidade;
dificuldades para respirar;
dor de cabeça;
hemorrágia (sangue no vômito ou nas fezes);
dificuldade para urinar;
febre.


A pessoa deve procurar imediatamente uma unidade básica de saúde quando sentir esses sintomas. Em Rio Branco, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito é referência na assistência desses pacientes.


Na madrugada de sábado (9), Carlos Alves da Silva Júnior, de 49 anos, morreu em menos de 24 horas após ser internado no Pronto-Socorro de Rio Branco. Ele estava com os sintomas de dengue, mas a equipe médica não conseguiu fazer o teste para confirmar o diagnóstico.


Júnior sentia os sintomas da doença há uma semana, mas não procurou uma unidade de saúde com medo de se contaminar com a Covid-19. Segundo a família, outros moradores da casa dele estão com dengue.


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