Consequência pontual das chuvas do chamado inverno amazônico, os casos suspeitos ou confirmados de dengue começaram a crescer nos municípios da regional do Alto Acre a partir de dezembro do ano passado, mês em que as notificações da doença costumam se elevar consideravelmente, todos os anos, em praticamente todo o estado.
Este mês de janeiro de 2021 se iniciou com muitas internações sendo registradas no hospital regional Raimundo Chaar, de Brasiléia, e no hospital Dr. Epaminondas Jácome, de Xapuri, esse último onde deu entrada um bebê que foi a óbito, no último domingo, 3, após ser transferido para Rio Branco, com sintomas de dengue hemorrágica.
A criança, que foi sepultada na manhã desta segunda-feira, 4, também teria contraído covid-19, segundo disse uma fonte ligada à família da vítima, mas essa informação ainda não tem confirmação oficial da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), segundo informou ao ac24horas o secretário municipal de Saúde de Xapuri, Wagner Menezes, que sequer tinha conhecimento do óbito.
Em Brasiléia, uma paciente que deu entrada no hospital regional Raimundo Chaar relatou que a situação na unidade era de superlotação na tarde desta segunda-feira, com pessoas recebendo medicação sentadas, como mostra uma imagem enviada por ela, que disse ainda haver apenas dois médicos responsáveis pelos atendimentos nesta segunda-feira.
De acordo com a gerência do hospital regional de Brasiléia, houve um aumento expressivo de casos de dengue nos últimos três meses do ano passado, sendo que 70% das internações ocorridas naquela unidade no mês de dezembro passado tiveram diagnósticos positivos para dengue. Segundo o relatório do último mês do ano, foram mais de 300 notificações de dengue registradas.
O enfermeiro Janildo Moraes Bezerra, diretor do hospital, enfatiza a situação: “Aqui em Brasiléia estamos com a ocorrência de muitos casos de dengue, inclusive em quantidade superior à covid-19. Diariamente, o hospital atende dezenas de pessoas com sintomas que vão desde a dengue clássica à dengue hemorrágica, que é a manifestação mais grave da doença”, explicou.
Uma outra situação preocupante é informada pela gerente de Assistência do hospital de Brasiléia, Joelma Pontes. Ela diz que o cenário causado pela alta dos casos de dengue e pela pandemia de covid-19 tem sobrecarregado o atendimento, com muitos servidores afastados por serem do grupo de risco e outros contaminados pela doença causada pelo coronavírus.