Em entrevista exclusiva à CNN nesta quarta-feira (9), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que a vacinação contra Covid-19 no Brasil com o imunizante desenvolvido pela Pfizer/BioNTech pode começar entre dezembro e janeiro.
“Se a Pfizer conseguir a autorização emergencial e nos adiantar alguma entrega, isso [o início da vacinação] pode acontecer no final de dezembro ou em janeiro”, afirmou. “Isso em quantidades pequenas, de uso emergencial”.
“Estamos fechando o memorando de entendimento com a Pfizer. É a vacina que está mais adiantada, mas mesmo ela ainda não tem registro”, afirmou.
O ministro não descartou que isso aconteça também com as candidatas da AstraZeneca/Oxford ou do Instituto Butantan. No entanto, esse prazo valeria apenas no caso de uma autorização emergencial.
Para obtenção do registro, dependeria do desenvolvimento e da aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Nesse caso, a aplicação poderia acontecer já entre janeiro e fevereiro, disse Pazuello.
Pazuello garantiu que, se a Coronavac receber o aval da agência reguladora, ela será usada no plano de imunização. “A vacina que estiver registrada na Anvisa e garantida sua eficácia e segurança será comprada e distribuída para todos os brasileiros”, afirmou.
Pazuello também cedeu ao âncora da CNN Kenzô Machida o plano de operacionalização da vacina contra Covid-19 no Brasil, que foi finalizado nesta quarta. Segundo ele, é um documento de 95 páginas que detalha a distribuição da imununização.
“[O plano] já tem tudo o que interessa para manter o Brasil imune do coronavírus de forma nacional. Nosso país jamais será dividido”, disse.
O ministro disse que a vacinação será incluída no Programa Nacional de Imunização e usará a mesma logística já operacionalizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
“O SUS trabalha de forma tripartite, com estados e municípios, e cada um já tem sua função dentro desse programa”, disse.
Ele detalhou que o governo federal distribuirá as doses, por via aérea e rodoviária, até os estados.
Então, será responsabilidade estadual distribuir entre as cidades e os municípios executariam, efetivamente, a vacinação.
“O plano, em tese, envolve três níveis de governo e isso faz com que a velocidade das ações seja a mais rápida possível”, afirmou.
O ministro também afirmou que não deve haver ação individualizada de vacinação nos estados.
“O governo federal, o SUS, é o responsável pelo PNI. Não haverá ação individualizada em estados. Isso nos enfraquece”, disse.
“Nós vamos trabalhar para que isso não aconteça. De que forma? Oferecendo a vacina, garantindo que a vacina chegue e governadores/prefeitos tenham essa segurança. Não é por imposição, é por garantia”, completou.