O policial penal Alessandro Rosas Lopes , mentiu em alegar legitima defesa ao atirar duas vezes e matar o vendedor de picolé Gilcimar da Silva Honorato, de 38 anos, o crime ocorreu na manhã deste sábado na rua Euclides da Cunha, no bairro Esperança, em Rio Branco, estado do Acre.
Minutos após o crime o policial penal foi preso por policiais militares em uma casa no bairro João Eduardo. Durante a condução a delegacia e para colegas de trabalho e associação, Alessandro Rosas, que é mais conhecido por “Guerreirinha” alegou legitima defesa afirmando que teria sido atacado pelo vendedor de picolé que desferiu um golpe de faca, que segundo afirmação do policial a intenção seria golpeá-lo no pescoço, mas que ao reagir a injusta agressão teria evitado o golpe mortal que findou por atingir seu pescoço.
Mas, essa versão do policial não combina com as imagens gravadas por uma câmera de segurança de uma casa, localizada na rua do bar em que o policial se encontrava consumindo bebida alcoólica.
Câmeras mostram policial correndo e atirando nas costas de picolezeiro
Segundo a Polícia Civil, Lopes alegou legítima defesa quando foi preso pela Polícia Militar, mas imagens de câmeras de segurança de uma casa próxima mostraram que ele correu atrás do “picolezeiro” e atirou nas costas da vítima.
Outra vez que caiu por terá seria a alegação que policial apresentou ao dizer que teria sido perseguido pelo vendedor de picolé armado de faca, após discussão dentro de um bar, ao contrário da afirmação, as imagens mostram o policial correndo e atirando na vítima.
Após atingir o vendedor com dois tiros nas costas o agente de segurança entrou no carro e fugiu sem prestar socorro a vítima.
Testemunhas que estavam no local anotaram a placa do veículo e acionaram a polícia militar.
A vítima ainda chegou a ser atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, mas não resistiu a gravidade dos ferimentos e morreu quando recebia atendimento no Pronto Socorro de Rio Branco.
Policial penal já foi preso por ameaça e porte ilegal de arma, mas recebeu oficialmente armamento e munições um mês depois.
O policial penal, Alessandro Rosas Lopes, foi preso em flagrante em um evento popular, em fevereiro de 2019, por porte ilegal e arma de fogo. Na oportunidade a Polícia Militar foi acionada na rua Euclides da Cunha, por um homem que estaria sendo ameaçado pelo policial penal, que segundo consta em Boletim de Ocorrência da Polícia Militar, o agente estaria armado em via pública, local de evento (carnaval fora de época), e supostamente embriagado.
Preso foi encaminhado a Delegacia Central de Flagrantes da Polícia Civil – Defla.
Em 29 de março, o mesmo policial penal recebeu do Instituto de Administração Penitenciária duas pistolas, sendo uma Taurus PT 100 AF com capacidade de 11 disparos, mais uma pistola Ponto 40 e três carregadores de mesmo número, mais 30 munições.
A cautela das armas e munições teve como justificativa investigação do Departamento de inteligência da Polícia Civil- DIC e do Núcleo de Informação e Inteligência Penitenciário – NIIP, dando conta que o policial penitenciário em questão estaria sobre risco iminente de atentado contra a vida.
Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário divulga Nota defendendo policial penal
Uma nota, assinada pelo presidente da Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário do Acre (Asspen), Eden Azevedo, afirma que o policial penal agiu em legítima defesa, após ter sido atingido pela vítima com um golpe de faca no ombro.
“É importante salientar, que o policial penal só sacou a sua arma após ser ferido por um golpe de faca, desferido pelo Sr. Gilcimar, na direção de seu pescoço, ferindo o ombro do agente de segurança pública”, destacou.
A associação acrescentou também que acompanha o caso e acredita que a Polícia Civil vai elucidar os fatos.
Integra da Nota
A Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário do Acre (Asspen) vem a público, com base nos depoimentos prestados, esclarecer que o policial penal Alessandro Rosas, na manhã̃ deste sábado (12), se envolveu em uma discussão em um bar da capital, que culminou com a morte do Sr. Gilcimar Silva Honorato.
É importante salientar, que o policial penal só́ sacou a sua arma após ser ferido por um golpe de faca, desferido pelo Sr. Gilcimar, na direção de seu pescoço, ferindo o ombro do agente de segurança pública.
Ao que tudo indica e, de acordo com os relatos, o policial penal agiu em legítima defesa, quando da investida do Sr. Gilcimar contra a sua vida, em posse de uma arma branca. A Asspen está́ acompanhando o caso de perto e acredita no honroso trabalho da Polícia Civil do Acre, que certamente elucidará as circunstâncias da ocorrência.
Eden Azevedo
Presidente