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México, Chile e Argentina vacinarão primeiro na AL


México, Chile e Argentina disputam quem será o primeiro país da América Latina a começar a vacinação contra a covid-19. Os três preveem começar a aplicar a vacina em algum momento da semana que vem. A Colômbia também se preparar para receber as primeiras doses da vacina Pfizer / BioNTech.


Analistas afirmam que o governante que conseguir começar a imunização primeiro ganhará capital político e terá chances de recuperar a economia mais cedo. O fato de o Brasil ainda não ter assinado contrato com a Pfizer reflete a abordagem errática do governo brasileiro, ressaltam.


“Governantes de todos os países estão desesperados para começar a encontrar soluções. Precisam de alguma saída ao mau humor social depois de quarentenas extensas e para a pandemia que parece não ter solução”, afirma Julio Burdman, da Universidade de Belgrano, na Argentina.


México, Chile e Argentina podem começar a vacinar a população na próxima semana. O governo mexicano anunciou que receberá as primeiras doses da vacina Pfizer/ BioNTech hoje. Não ficou claro quantas doses chegarão nesta semana, mas até o fim de janeiro o objetivo é receber 1,4 milhão das 34 milhões de doses encomendadas pelo governo mexicano..


No total, o México assinou acordos para a compra de 198 milhões de doses. Além da Pfizer, foram assinados convênios para receber vacinas da AstraZeneca e da Sinovac.


No Chile, a expectativa é que as primeiras doses cheguem nesta semana. O governo de Sebastián Piñera assinou contratos para compra de 36 milhões de doses – o suficiente para vacinar o dobro da população – sendo 10,1 milhões da vacina Pfizer/ BioNTech, 14,4 milhões da AstraZeneca, 8 milhões da aliança Covax, além da chinesa Sinovac e da Johnson & Johnson.


Na Argentina, o governo do presidente Alberto Fernández deve receber 300 mil doses da russa Sputnik V ainda nesta semana. O objetivo é imunizar 10 milhões de pessoas até fevereiro. Além da Sputnik V, o país tem contrato com a AstraZeneca, de quem comprou 22 milhões de doses, e aderiu à Covax. As negociações com a Pfizer seguem.


“A Argentina aposta as fichas na vacina russa, que vem sendo muito criticada porque não tem aval no Ocidente. Mas os organismos técnicos argentinos que a aprovaram têm boa reputação”, diz Rafael Gentili, do Laboratório de Políticas Públicas, em Buenos Aires.


A Colômbia anunciou contrato para compra de 40 milhões de doses com a Pfizer e deve receber 1,7 milhão em fevereiro. Encomendou 10 milhões de doses da AstraZeneca e 20 milhões da Covax.


“O pioneirismo em começar a vacinação é uma vitória política para o governante que conseguir se destacar na região, com possibilidade de uma recuperação econômica mais rápida”, diz Leandro Lima, da consultoria Control Risks.


No Brasil, o Estado de São Paulo prevê começar a vacinação com a chinesa Coronavac em 25 de janeiro. Mas isso depende da aprovação da Anvisa. O governo federal aposta na vacina da AstraZeneca, ainda não aprovada por nenhum país e que deve ser entregue em fevereiro. E negocia com a Pfizer.


“A posição do Brasil nessa corrida reflete a abordagem controversa do governo frente à pandemia”, afirma Lima. “O processo é errático justamente porque tem sido alvo de disputa política interna, o que não se vê nos outros países.”


 


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