A jovem Bruna Burg de Souza, de 24 anos em apenas dois dias perdeu o pai e a mãe para a Covid19. Para as estatísticas, são números, para os familiares, foram vidas e sonhos interrompidos sem aviso prévio.
Antônio Carlos de Souza,de 64 anos, conhecido como Carlão, foi levado da família pelo coronavírus. O pai de Bruna era ex-motorista do JEC e aprendeu a amar o time e os “guris que só faziam bagunça no ônibus”. Carlão morreu no dia 6 de dezembro, cerca de uma semana depois de apresentar os primeiros sintomas.
Dois dias depois, antes mesmo de conseguir superar a perda do pai, Bruna recebeu a notícia de que a mãe, Maria Helena Burg, de 59 anos, não havia resistido às complicações da Covid-19. Ela ficou cerca de 10 dias internada.
Bruna conta que o pai sempre foi motorista de caminhão e se aventurou por mais de um ano na “boleia” do ônibus do JEC. Apesar de não ser torcedor fanático, a experiência aflorou o amor pelo time da cidade, pelos jogadores e funcionários do clube. Carlão havia se desligado durante a pandemia, em abril, mas continuava transportando os atletas ocasionalmente.
“Ele falava muito das amizades do JEC, do massagista, roupeiro. Quando ele começou, não era viciado, mas ficou. Começou a pegar gosto pela coisa. Ele sempre falava que tocava o terror na gurizada que sujava o ônibus”, lembra.
Carlão foi internado para realizar uma cirurgia e não voltou mais para casa. O procedimento cirúrgico correu bem, mas o motorista contraiu o coronavírus e as complicações não o deixaram voltar para casa com o a famosa simpatia. “Ele sempre foi um homem carismático, de bem com a vida. Nunca víamos ele emburrado e, se alguém precisasse de qualquer favor, ele estava lá”, conta.
Essa historia real da jovem Catarinense, moradora da cidade de Joinville publicada pelo site NDmais, se repete diariamente em todo o Brasil e no mundo. Apesar dos apelos e orientações das autoridades de saúde, muitas pessoas estão abandonando as regras de distanciamento das outras, como forma de prevenir a doença, mas estão se aproximando dos leitos de hospitais, que em muitos casos estão a beira de colapsos. A vacinação em massa no Brasil ainda não foi concretizada e as autoridades se quer anunciaram previsão de data para acontecer.