‘Estou vendo plano B e C’, diz Gladson sobre acesso à vacina contra a Covid-19

Em reunião no Planalto, Gladson Cameli diz que está vendo ‘plano B e C’ — Foto: Secom Acre

O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), cobrou rapidez no plano nacional de vacinação contra a Covid-19 e disse ter ‘planos B e C’ para a compra da vacina pelo estado. Ele esteve nesta terça-feira (8) em reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para tratar da imunização contra a Covid-19. O Brasil ainda não tem nenhuma vacina aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a promessa do governo federal é que o registro da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford seja aprovado só em fevereiro.


A pressão de governadores de todo país ocorre um dia depois de o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ter anunciado que a vacinação começa em janeiro no estado com a imunização desenvolvida pelo laboratório chinês Coronavac, que está na 3ª fase de teste, em que a eficácia precisa ser comprovada antes de ser liberada pela Anvisa.


“Se os países da Europa começaram agora, esperar até março não tem justificativa. Eu já estou vendo plano B e C para que, caso necessite comprar e se tiver quem venda, eu consiga fazer todo esse processo, eu irei fazer”, afirmou Gladson.


Alguns governadores participaram da reunião de forma presencial, outros por videoconferência. Em entrevista antes do encontro, eles destacaram a necessidade de definir, junto com o governo federal, um cronograma para vacinação contra a Covid-19.


Inicialmente no Acre, o governo havia anunciado que iria seguir o cronograma do Ministério da Saúde, divulgado no dia 1º de dezembro. De acordo com a pasta, o plano será dividido em quatro etapas.


No plano, o Acre se programa para imunizar 136 mil pessoas nestas primeiras quatro fases da campanha de imunização que só deve começar a ser aplicada em março de 2021, segundo informações da gerência do Núcleo do Programa Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre).


Veja fases:


Primeira fase: trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena.


Segunda fase: pessoas de 60 a 74 anos.


Terceira fase: pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da Covid-19 (como pacientes com doenças renais crônicas e cardiovasculares).


Quarta fase: professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.


Apesar da divulgação preliminar do MS, o governo federal destacou que o plano de imunização só ficará pronto quando houver vacina registrada na Anvisa. Por isso, o pedido dos governadores por uma posição mais clara em relação a um planejamento detalhado do plano nacional de imunização contra a Covid-19.


Em preparação para a chegada da vacina, a saúde do Acre informou que já tem 19 câmaras refrigeradas para fazer o armazenamento da vacina. E, caso haja necessidade, podem ser adquiridas outras unidades.


Vacinas


Na segunda (7), o governo federal anunciou que deve assinar nesta semana o memorando de intenção de compra de 70 milhões de doses da vacina produzida pela Pfizer e pela Biontech.


Até então, o governo tinha acordo só com a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca. Esse acordo prevê, inicialmente, 100 milhões de doses.


O instituto Butantan, em São Paulo, desenvolve a vacina Coronavac em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. No Paraná, o governo local assinou uma parceria com a Rússia para desenvolvimento da vacina Sputnik V. No Distrito Federal, está em fase de testes a vacina belga produzida pelo laboratório Janssen.


Pedidos


Também nesta terça, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou uma nota reivindicando que o governo federal adquira todas as vacinas reconhecidas como seguras e eficazes contra a doença e organize a distribuição por todo o país. Pedido semelhante ao feito por secretários de Saúde.


As cobranças de estados e municípios para que o governo do presidente Jair Bolsonaro apresente um planejamento detalhado do plano nacional de imunização contra a Covid-19 vem aumentando nos últimos dias.


 


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