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Colegas de trabalho soltam balões brancos para homenagear técnica em enfermagem que morreu com Covid-19 aos 28 anos no AC


Amigos e colegas de trabalho da técnica em enfermagem Gilnara Souza de Brito, de 28 anos, que morreu no sábado (26) vítima da Covid-19 após quase um mês internada no Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC), fizeram uma homenagem para ela na tarde de domingo (27) no Lago do Amor, em Rio Branco.


Vestidos de branco, o grupo, de aproximadamente 50 servidores da saúde, soltou balões também brancos e se emocionou ao relembrar da colega de jeito gentil e atencioso com todos. O momento contou ainda com louvores e orações.


Nara, como era mais conhecida, trabalhava na UTI Neonatal do Hospital Santa Juliana, em Rio Branco. O coordenador do setor, José Carlos contou que a homenagem para a jovem reuniu enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeutas.


O coordenador afirmou que Nara estava afastada do trabalho há uns seis meses por conta do atelier que estava abrindo. Durante esse período, a técnica pagava para outras servidoras tirar os plantões


“Foram os profissionais da enfermagem e fisioterapia. Foi uma forma que encontramos de homenagear ela. Chamamos a família, mas não compareceram, ela foi enterrada ontem [domingo,27] às 11 horas. Trabalhei com ela durante três anos, era bem alegre, chegava já sorridente e sempre prestativa. Ela era bastante comunicativa com as mães da unidade”, lamentou.


Segundo o coordenador, a morte de Nara deixou os servidores tristes e abalados. É uma perda irreparável para o hospital, para a gente que era colega e trabalhava junto”, falou.


Sem comorbidades



A família de Nara disse que ela não tinha problemas cardíacos, respiratórios, pressão alta ou outra comorbidade grave de saúde. Contudo, segundo o marido dela, Ildevan Barbosa da Costa, a servidora estava um pouco acima do peso.


“Ela não tinha nada, a única coisa, se for levar em consideração, é o peso, que estava um pouco acima. Não tinha problemas de rins, coração, pulmão, nada. Nem gripe a gente pegava, somos bem saudáveis”, afirmou.


Costa falou que a mulher ficou internada no Into-AC após passar por uma tomografia no dia 29 de novembro. Nara não reclamava de nenhum sintoma grave, apenas uma falta de ar. A família não queria deixar ela internada, mas a equipe médica achou mais conveniente hospitalizá-la para receber mais cuidados.


“Fomos só fazer uma tomografia, não queríamos internar ela porque não concordamos com a forma de tratamento. Foi tudo na permissão de Deus. O médico fez a tomografia e mandou internar ela. Entubaram ela porque queria sair, não queria ficar lá. Acreditamos no que dizem”, pontuou.


Atelier


Emocionado ao relembrar da companheira, Costa disse que o casal estava montando um atelier de produtos especializados para bebês, o Nara Atelier. As vendas começaram apenas pela internet, mas a demanda cresceu e surgiu a necessidade de montar uma loja. Nara era mãe também de uma menina de 4 anos.


“A gente sempre tentou fazer alguma coisa por fora, ela tinha vontade de costurar e um dia cheguei e falei para comprarmos uma máquina de costura. Se não desse certo a gente vendia. Compramos e, graças a Deus, deu certo. A gente tinha acabado de construir nosso prédio, eu tinha muita fé em Deus de que ela ia sair de lá. Ficou só a saudade”, lamentou.


Mesmo ainda sem saber ao certo o que fazer, o marido acrescentou que vai tentar continuar com o sonho de Nara, que é seguir com o atelier, e também incentivar a filha a seguir os passos da mãe no artesanato. “Vou tentar continuar por causa da minha filha, que já peguei ela brincando com as coisas daqui e vi que tem o jeitinho. Por ela, vou fazer isso”, finalizou.


 


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