Após quase um mês internadas, as gêmeas siamesas que nasceram na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, no dia 27 de novembro, morreram de insuficiência cardíaca no Hospital da Criança. A morte das irmãs ocorreu no último dia 21 e foi confirmada ao G1, nesta quarta-feira (30), pela cirurgiã pediátrica Fernanda Lage.
As crianças estavam internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança em estado grave e respiravam com ajuda de aparelhos.
“Faleceram antes do Natal, após quase um mês vivas. Morreram de insuficiência cardíaca porque um coração não conseguiu manter vivo os dois corpos. A gente conversou muito com o pessoal do Incor de São Paulo [Instituto do Coração] e, nós aqui do Acre, chegamos a pensar na possibilidade de separar e ‘escolher’ uma das duas para salvar. Mas, eles falaram que não aguentariam a cirurgia, morreriam as duas”, explicou a médica.
Conforme informou, na época do nascimento, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), a mãe das crianças é moradora da zona rural do município de Feijó, no interior do Acre, e descobriu que estava grávida de gêmeas siamesas já no final da gestação. Essa foi a sexta gravidez dela.
A mãe se recuperou bem da cesariana e já voltou para a casa. O G1 não conseguiu contato com a jovem que teve os bebês até última atualização desta reportagem.
Caso desafiador
A médica Fernanda Lage acrescentou que se reuniu com uma equipe de médicos do Incor para discutir algumas possibilidades para ajudar as crianças. Contudo, como as crianças dividiam o mesmo coração, não havia chances de sobrevivência.
“A parte da medicina e tudo que a gente podia fazer aqui foi feito. O caso foi discutido no Incor em São Paulo, mas era um caso muito desafiador para a medicina”, lamentou.
Tentativas
Após o nascimento das meninas, a Sesacre iniciou as tentativas para encaminhar a jovem, por meio do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), a alguma unidade de saúde mais especializada.
Porém, como a avaliação mostrou que as gêmeas siamesas eram interligadas pelos principais órgãos, como coração e fígado, e que a chance de sobreviver era pequena, nenhum hospital de fora do estado quis aceitar a paciente. Por isso, o parto foi feito na maternidade da capital acreana.