Após 12 horas de júri, grupo acusado de matar cunhados é condenado a mais de 420 anos no Acre


Após cerca de 12 horas de julgamento, quatro acusados de participação na morte dos cunhados Fernando Nascimento da Silva e Cristina Reis de Souza, ambos de 18 anos, em janeiro do ano passado, foram condenados a penas que, somadas, ultrapassam os 420 anos.


O júri popular começou por volta das 8h30 dessa segunda-feira (14) na 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Rio Branco, e terminou às 20h30. Inicialmente, o julgamento seria de três réus e estava marcado para ocorrer no dia 2 de dezembro, mas com a prisão de mais um dos envolvidos no crime em julho deste ano, a juíza Luana Campos resolveu incluí-lo no banco dos réus para que o grupo fosse julgado junto.


O crime ocorreu no dia 25 de janeiro de 2019 na Rua do Futuro, bairro Taquari, em Rio Branco. As vítimas estavam em frente a uma casa quando os criminosos passaram atirando.


Entre os réus estavam Everton de Assis Melo, Gabriel de Souza Lima, Gilsicley Ferreira Monteiro e Ivan de Souza Silva, que foi incluído por último. Além do duplo homicídio, eles são acusados dos crimes de tentativa de homicídio, roubo, sequestro e Monteiro também por porte de entorpecente.


Conforme o Tribunal de Justiça do Acre, (TJ-AC) Everton Melo foi condenado a 91 anos e 5 meses de prisão; Gabriel Lima a 107 anos e 3 meses; Gilsicley Ferreira Monteiro a 129 anos e 9 meses e Ivan de Souza Silva a 101 anos e 4 meses. Todos os réus devem ainda pagar 90 dias de multa e cumprir as penas em regime inicial fechado.


Ao G1, a advogada de Everton Melo, Viviane Nascimento disse que ainda vai conversar com seu cliente para saber se vai recorrer da decisão. A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos outros réus.


Além dos dois mortos, duas pessoas ficaram feridas no dia do crime, entre elas a mulher de Silva e irmã de Cristina, e um adolescente de 13 anos.


Na fuga, os criminosos trocaram de carro e fizeram uma família refém. Três foram presos pela Polícia Militar do Acre (PM-AC), na BR-364, região da Terceira Ponte da capital acreana no dia do crime, e um conseguiu fugir ao pular no rio. Esse que fugiu na época seria o Ivan Silva.


Com o trio preso em flagrante, a PM-AC apreendeu quatro armas de fogo, sendo uma pistola nove milímetros de uso restrito das polícias. Aparelhos celulares e drogas também foram encontrados com os suspeitos.


Ligação com outro homicídio


O assassinato de Cristina teria ligação com um outro crime ocorrido em fevereiro de 2018, quando três pessoas morreram e uma ficou ferida no Conjunto Novo Horizonte, bairro Floresta. A jovem era testemunha do crime .


Entre as vítimas do triplo homicídio estão os jovens Luana Aragão, de 21 anos, Rafaella Santos, de 17, e Renan Barbosa, de 20.


Em reportagem publicada no dia 1º de maio de 2019, o assistente de acusação, advogado Armysson Lee, revelou que a família de uma das vítimas estava sendo ameaçada e Cristina, que estava na casa onde ocorreu o triplo homicídio e era testemunha no processo, foi assassinada.


Sobre essa relação entre os crimes, a advogada Viviane disse que, embora a família da vítima Cristina tenha citado o caso, o fato não foi vinculado ao processo nem na denúncia do Ministério Público contra o trio e nem na decisão de pronúncia da juíza.


Após 13 horas de julgamento, Mateus Mendonça da Costa, Luiz Fernando da Costa Cruz e Lucas Freire de Lima, acusados da morte dos três jovens foram condenados a mais de 210 anos. Cada réu levou uma pena de 71 anos, sete meses e seis dias e não vão ter direito de recorrer em liberdade.


 


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