A pandemia de covid-19 trouxe algumas alterações no ranking das cidades mais caras do planeta, segundo levantamento anual do The Economist Intelligence Unit, o braço de análises e pesquisas da revista The Economist.
De acordo com o ranking, que analisa o custo de vida em todo o mundo, as três cidades mais caras atualmente são Zurique (Suíça), Paris (França) e Hong Kong (China).
No ano passado, Cingapura empatou na primeira posição. Em 2020, porém, ela caiu para a quarta colocação.
O levantamento revelou que os preços em Cingapura reduziram em 2020. Estudiosos atribuem isso ao fato de que muitos estrangeiros deixaram a região, em decorrência da crise sanitária do coronavírus.
O relatório da revista The Economist revelou que os preços subiram na maioria das cidades chinesas, em razão das recentes tensões entre os Estados Unidos e a China. A guerra comercial entre os dois países testou a resiliência das cadeias de abastecimento e aumentou os preços aos consumidores.
“As cidades asiáticas têm tradicionalmente dominado as classificações nos últimos anos, mas a pandemia reorganizou as classificações neste ano”, disse Upasana Dutt, diretora de custo de vida da publicação.
Bangkok, por exemplo, caiu 20 posições e agora ocupa o 46º lugar entre as cidades mais caras.
Cidades mais caras do Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo desceram para a 119ª posição neste ano.
Os altos valores na Europa
As cidades da América, África e do Leste Europeu ficaram mais baratas desde o ano passado, enquanto os custos nas cidades da Europa Ocidental encareceram.
O aumento dos preços nesta parte da Europa é justificado porque na região há quatro das dez cidades mais caras do mundo, como a capital financeira da Suíça e a capital da França, que estão no topo da lista.
Conforme o levantamento, a principal causa da variação do custo de vida em muitos países foi o impacto da pandemia sobre o dólar. Segundo Upasana Dutt, o dólar perdeu valor, enquanto moedas do oeste europeu e do norte da Ásia ganharam força. O levantamento aponta que Paris e Zurique se uniram a Hong Kong no topo da lista devido à alta do euro e do franco suíço.
Das cidades europeias, Genebra e Copenhague estão em sétimo e nono lugar, respectivamente.
A maior alta de preços ocorreu na capital do Irã, Teerã, que subiu 27 posições no ranking, em razão das sanções dos Estados Unidos, que afetaram o fornecimento de produtos.
A situação na América Latina
Duas cidades brasileiras estão entre as que tiveram as maiores quedas de preços neste ano: Rio de Janeiro e São Paulo continuam sendo as mais caras do Brasil. As duas retrocederam 23 posições.
Cidade do México e Lima, no Peru, também caíram no ranking e atualmente estão, respectivamente, nas posições 73 e 77.
O relatório do The Economist usa dados adotados por multinacionais para calcular o custo de viagens de negócios e pacotes a estrangeiros.
O índice de custo de vida mundial feito pelo levantamento comparou os preços de 138 bens e serviços em 133 grandes cidades em setembro.
Em geral, os preços continuaram estáveis em comparação ao ano passado, mas o relatório diz que os valores dos bens essenciais têm sido mais lineares do que os não essenciais.
Os desafios logísticos afetaram os preços e até os produtos. Houve, por exemplo, aumento de preços de massas em algumas regiões e escassez de produtos como papel higiênico em alguns lugares.
Em dez categorias avaliadas pelo relatório, tabaco e recreação registraram os maiores aumentos de preços. Já os valores das roupas registraram a queda mais acentuada, pois muitas pessoas deixaram de gastar com vestuário em meio à pandemia.
“Em termos de bens de consumo, houve uma forte alta nos preços dos computadores”, disse Dutt. O principal motivo para esse aumento seria o crescimento das vendas de eletrônicos, pois muitas empresas passaram a adotar o trabalho remoto. [Capa: Monique Renne]
As 10 cidades mais caras do mundo
- Zurique (Suíça)
- Paris (França)
- Hong Kong (China)
- Cingapura
- Tel-Aviv (Israel)
- Osaka (Japão)
- Genebra (Suíça)
- Nova York (EUA)
- Copenhague (Dinamarca)
- Los Angeles (EUA)