Algumas regiões do Acre podem ficar às escuras como aconteceu no estado do Amapá. Essas são as previsões do Ministério de Minas e Energia caso não sejam tomadas medidas urgentes sobre o fornecimento no estado.
O Amapá ficou sem energia elétrica por 22 dias por conta de um incêndio que afetou um transformador no início de novembro. A população enfrentou problemas durante quase um mês com dificuldades para comprar comida, água, sem telefone, internet e acesso aos caixas elétricos.
O risco ter um apagão semelhante no Acre é porque 50% do sistema de energia está interligado ao sistema de geração nacional, incluindo a capital Rio Branco. Ou seja, não há uma forma de geração alternativa na região, caso ocorra um blecaute. Outra parte do estado, como a região do Juruá e Envira, possui um sistema de local isolado.
Para evitar o problema, a Defesa Civil Estadual enviou um ofício para a Energisa solicitando um plano de risco ou contingência.
Em nota, a Energisa informou que monitora durante 24 horas o fornecimento de energia do estado para que possa acionar equipes caso ocorra algum problema. Informou também que o sistema de transmissão de energia, realizado pela Eletronorte, atende a atual demanda do Acre.
O autônomo Eliomar Pereira destacou a importância de ter energia elétrica em casa. “Tenho crianças em casa. Como é que vou poder ligar um ventilador, tomar uma água gelada?”, questionou.
Para os comerciantes, o medo é por prejuízos. Leonídio da Silva tem um estabelecimento no Centro e diz que fica preocupado com a falta de energia. “A gente trabalha com balcão de conservas, então, tem o medo de prejuízos”, lamentou.
Terceira linha de transmissão
Ainda segundo a empresa, o governo federal aprovou o funcionamento de uma terceira linha de transmissão vinda do Abunã, em Rondônia, até Rio Branco, no Acre, e mais uma subestação que será instalada na capital acreana.
Além disso, também foram investidos recursos na construção de redes de distribuição, manutenções preventivas, reformas e equipamentos de rede de melhor a qualidade do fornecimento.
Porém, nas últimas noites moradores da capital acreana têm sofrido com as quedas de energia que, em alguns bairros, ultrapassaram as sete horas de interrupção. Atualmente, aEnergisa atende, em média, 80 chamados de queda de energia por dia em Rio Branco.
Medidas
O presidente do Sindicato dos Urbanitários, Marcelo Jucá, argumentou que não há parques geradores na nossa região. Jucá relembrou o apagão vivido em 2017 para afirmar que esta preocupação não é de hoje.
A preocupação só aumenta, então, a sugestão e a cobrança que o sindicato vai estar fazendo é que possamos cobrar da classe política do estado que elas possam ir até o Ministério de Minas e Energia cobrar, de fato, providências no sentido de evitar o caos que ocorreu no estado do Amapá”, destacou.
Um requerimento foi enviado para o ministro de minas energia pelo deputado federal Léo de Brito. No documento, o político exige providências imediatas e preventivas para que a situação do Amapá não aconteça no Acre.
Lá, o alerta foi feito há dois anos a respeito dessa possibilidade do apagão. Nenhuma providência foi tomada pelo governo federal. É um sistema privatizado também, em que a empresa é uma das responsáveis pela situação e quem está pagando o resultado desse apagão é toda sociedade, inclusive, nas contas de energia e o próprio governo que está pagando”, afirmou.