Além do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o Ministério Público do Rio denunciou outras 16 pessoas acusadas de envolvimento com esquema de “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio, entre elas, sua mulher, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, seu chefe de gabinete, Miguel Ângelo Braga Grillo, o ex-assessor Fabrício Queiroz e a mulher deste, Márcia Oliveira de Aguiar.
Apresentada no último dia 19, a denúncia foi enviada nesta terça (3) para o desembargador relator do caso no Tribunal de Justiça do Rio, Milton Fernandes de Souza. Em comunicado, o MPRJ afirmou que os investigados foram denunciados pela ” prática dos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita, ocorridos entre os anos de 2007 e 2018″.
A CNN obteve a lista dos 17 denunciados – 14 foram lotados no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, entre elas, duas filhas de Queiroz ( Nathalia e Evelyn Melo de Queiroz), e a mãe e a ex-mulher do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega (Raimunda Vera Magalhães e Danielle Mendonça da Costa). Adriano foi morto pela polícia em fevereiro, na Bahia.
Os ex-funcionários são suspeitos de entregarem a totalidade ou parte de seus salários para Queiroz, que, segundo o MP, era o operador do esquema de “rachadinhas”.
As investigações indicam que Queiroz chegou a pagar despesas particulares de Flávio Bolsonaro, entre elas, mensalidades escolares de suas filhas.
Além do senador, de sua mulher e dos 14 ex-assessores foi denunciado Glenn Howard Dillard, envolvido, de acordo com o MP, em venda de imóvel subfaturado para Flávio Bolsonaro, o que caracterizaria lavagem de dinheiro.
Os outros ex-assessores denunciados são Wellington Sérvulo Romano da Silva, Sheila Coelho de Vasconcelos, Luiza Souza Paes, Flavia Regina Thompson Silva, Agostinho Moraes da Silva, Jorge Luis de Souza e Márcia Cristina Nascimento dos Santos.Em sua conta no Instagram, o senador afirmou não ter cometido nenhuma ilegalidade. Segundo ele, o MP foi responsável por uma “série de erros bizarros” na denúncia que, frisou, foi apresentada “às vésperas das eleições municipais”.
Entre as supostas irregularidades cometidas pelos procuradores e promotores, ele citou a “quebra ilegal” de sigilos, o uso do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) como investigador, informalidade em troca de informações entre órgãos públicos, acusações mentirosas e cálculos errados de sua evolução patrimonial. Flavio Bolsonaro afirma acreditar que a denúncia sequer será aceita pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio.
A defesa do senador afirmou que a denúncia era esperada, mas que “não se sustenta”. Afirma que, além de conter vícios processuais e “erros de narrativa e matemáticos”, o material é inviável e desprovido “de qualquer indício de prova”. “Não passa de uma crônica macabra e mal engendrada. ”
Já os advogados de Queiroz afirmaram que ainda não tiveram acesso à denúncia.