A morte de 1 homem negro numa loja do Carrefour em Porto Alegre, ocorrida na véspera do Dia da Consciência Negra, não é o 1º caso envolvendo unidade da rede que motiva comoção e repúdio da opinião pública. Nos últimos anos, ao menos outras 4 unidades da rede ganharam o noticiário e as redes sociais.
O episódio de violência contra João Alberto Silveira Freitas provocou revolta nas redes sociais. Internautas e autoridades, entre elas os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes lamentaram a morte do homem negro no supermercado. Em Brasília, manifestantes fizeram protesto em uma unidade do Carrefour.
O Carrefour informou, em nota, que lamenta profundamente o caso, que iniciou rigorosa apuração interna e tomou providências para que os responsáveis sejam punidos legalmente. A rede de supermercados, que atribuiu a agressão a seguranças terceirizados, também chamou o ato de criminoso e anunciou o rompimento do contrato com a empresa que emprega esses funcionários.
Em agosto deste ano, funcionários de uma loja no Recife (PE) cobriram com guarda-sóis o corpo de 1 promotor de vendas (funcionário de empresa terceirizada) que havia morrido em serviço por conta de 1 infarto. Também foram usadas caixas para esconder o corpo do homem e, assim, manter a loja em funcionamento.
No Rio de Janeiro, a funcionária de 1 hipermercado da rede foi demitida depois de reportar aos seus superiores ter sido vítima de racismo e de intolerância religiosa em seu local de trabalho, na zona oeste da capital fluminense. Ela recebeu de 1 colega avental com a inscrição “só para branco usar” e relatou o caso aos chefes. Acabou demitida dias depois sob a justificativa de que “havia se envolvido em situações conflitivas com os colegas de trabalho“, conforme reportou o MPT-RJ (Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro) ao ajuizar ação civil pública contra a empresa.
Já em novembro de 2018 houve revolta por conta da morte da cadela Manchinha, vítima de golpes desferidos com uma barra de metal por 1 segurança terceirizado da loja do Carrefour em Osasco, na Grande São Paulo. Na ocasião, ativistas dos direitos dos animais promoveram boicote contra a rede francesa e a mobilização em torno do caso empurrou o Congresso a aprovar uma lei que aumentou a pena por maus-tratos contra animais.