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Equipes do TRE/AC percorrem até 12 horas de barco para entregar urnas em comunidades ribeirinhas


No Vale do Juruá, onde os rios foram as estradas, até a cidadania, o direito ao exercício do voto, chega pelas águas dos inúmeros mananciais. É pelo rio Juruá e seus afluentes, como o Juruá-Mirim, Azul e Paraná dos Mouras, que são transportadas as urnas que serão utilizadas no domingo, 15, nas eleições municipais, bem como as equipes compostas de mesários e outros servidores da Justiça Eleitoral e integrantes das forças de segurança.


Às 4 horas da manhã desta sexta-feira, 13, sob a supervisão do juiz Marlon Machado, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Cruzeiro do Sul, iniciou o envio das urnas eletrônicas para 20 localidades ribeirinhas do Vale do Juruá. Da sede do Tribunal, as equipes se encaminharam para as margens do rio Juruá, onde os barqueiros já esperavam para seguir viagem até os locais onde estão as seções eleitorais. Viagens que vão levar até 12 horas em pequenas canoas.


Os barcos levam as urnas e equipes completas com presidente de seção, mesário, técnico de urna e um policial militar. Além da urna da votação, um equipamento reserva também faz parte da bagagem.


Localidades de difícil acesso

Nos 5 municípios que compõem o Juruá, estão 77 localidades de difícil acesso, incluindo aldeias indígenas e seringais. O juiz Marlon Machado destaca que a operação de logística das eleições do Juruá, iniciada na quarta-feira, 11, é a maior do Acre e envolve o uso de barcos, helicópteros e aviões.


“É assim que se leva cidadania para essas localidades de difícil acesso. Ontem encerramos a parte aérea. Hoje é o início da fluvial e também têm os ramais na parte terrestre”, explica o magistrado, citando que equipes do TRE, delegados, escrivães e agentes já estão presentes nas 5 cidades do Vale do Juruá.


Missão importante

Ariadna Lima, presidente de seção eleitoral, segue viagem para o rio Juruá-Mirim em um percurso de 12 horas de barco. A seção funciona na Escola Arthur Lebre II. Vai nesta sexta-feira e só retorna na segunda, mas a missão, para ela, vale a pena. “Nós garantimos que as pessoas possam eleger seus representantes. É a cidadania na prática”, cita Ariadna, orgulhosa do trabalho que vai realizar.


Nos locais de difícil acesso, não há telefonia e os dados das urnas, ao final da votação, têm que ser transmitidos via satélite. Para isso, a técnica de urnas Adriana Vieira, que vai para o Rio Azul em 10 horas de viagem, espera que domingo faça muito sol. “Para a transmissão ser realizada tem que ter sol, claridade. Estou torcendo que dê tudo certo no domingo”, diz a estudante.


O juiz Marlon Machado acredita que até as 20 horas de domingo, 15, o resultado da eleição em todo o Vale do Juruá, seja conhecido.


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