Doações e pagamentos com indícios de irregularidades ultrapassam R$ 60 mi


Um levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta que indícios de irregularidades nas prestações de contas de candidatos no primeiro turno das eleições somam mais de R$ 60 milhões. Esse valor abrange as doações e os gastos com pagamentos de serviços das campanhas de candidatos a vereador e prefeito.


Segundo o levantamento, a maior ocorrência é de doações realizadas por pessoas sem emprego formal registrado, cujas inconsistências somam mais de R$ 33 milhões e envolvem 9.068 doadores. O relatório feito pelo Núcleo de Inteligência da Justiça Eleitoral foi concluído na última quarta-feira (16).


Em seguida, aparecem 1.981 doadores com renda incompatível com o valor doado. As doações realizadas por essas pessoas ultrapassam R$ 17 milhões. Ainda segundo o documento, há 1.745 fornecedores sem registro ativo na junta comercial ou na Receita Federal que receberam R$ 3,3 milhões por serviços prestados durante a campanha deste ano.


O órgão identificou também 1.289 fornecedores que possuem em seu quadro societário pessoas que são beneficiárias do programa Bolsa Família. Outras 1.227 pessoas que estão inscritas em programas sociais de auxílio do estado efetuaram doações financeiras somando um montante de R$ 573 mil.


Além disso, 925 fornecedores de campanha têm relação de parentesco com o candidato ou seu vice, recebendo, no total, mais de R$ 1,6 milhão. Também foram encontrados 15 doadores no Sistema de Controle de Óbitos (Sisobi) que, apesar dessa inconsistência, teriam doado uma quantia total de R$ 19.587,40.


Na lista de indícios de irregularidades foram ainda encontrados fornecedores contratados por empresas cujos sócios são filiados a partidos políticos. Nessa tipologia, foram identificados 1.745 casos em que os contratados receberam R$ 3,3 milhões até o momento.


O documento do TSE foi elabroado através de um cruzamento de dados de outros seis órgãos federais: Receita Federal do Brasil (RFB), Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Ministério Público Eleitoral (MPE), Defensoria Pública Federal (DPF), Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério da Cidadania (MC).


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