O comandante do Exército, general Edson Pujol, disse nesta quinta-feira (12), que a força militar não tem recursos para defender o país.
A afirmação foi feita depois que o presidente Jair Bolsonaro fez a bravata da pólvora, insinuando que o Brasil poderia ir para o confronto bélico com os Estados Unidos no futuro governo Joe Biden, caso este insista em sancionar o país devido à destruição da Amazônia. Ele citou a defesa antiaérea como um dos pontos em que a capacidade do Exército tem de melhorar.
Em franca contradição com Bolsonaro, o comandante do Exército descartou existir alguma ameaça real ao Brasil e afirmou que tem atuado para impedir que a política partidária entre nos quartéis.
Ele discordou também do uso do Exército na execução de tarefas de combate aos crimes ambientais na Amazônia. Em vez disso, defendeu a criação de uma Guarda Nacional, que assumiria funções como esta.
Pujol fez as declarações durante evento do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa do qual participaram os ex-ministros da Defesa Raul Jungmann e do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen. “O general Etchegoyen me perguntou se haveria algum país em nosso continente que seria uma ameaça ao Brasil. Eu digo. Hoje não, mas não sabemos daqui 3 ou 4 anos. Por isso fazemos nosso planejamento estratégico.”
Ao ser indagado por Jungmann sobre o envolvimento das Forças Armadas com a política, Pujol afirmou: “O que eu tenho a dizer é que nesses dois anos o Ministério da Defesa e as três Forças se preocuparam exclusivamente e exaustivamente com assuntos militares. E acrescentou que as Forças brasileiras são proporcionalmente as menores do mundo em relação ao tamanho de nosso território e do população e em relação à importância geoestratégica e econômica do Brasil.
Pujol defendeu o distanciamento do Exército da política partidária. Não nos metemos nas questões políticas? “Não nos metemos em áreas que não nos dizem respeito. Não queremos fazer parte da política governamental ou do Congresso Nacional e muito menos queremos que a política entre em nossos quartéis.”
O general se distanciou da prática generalizada no governo Bolsonaro de militares assumirem cargos no governo, afirmando que se trata de decisão “exclusiva da http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistração do Executivo”.