Com mais de 34,4 mil casos de Covid-19, população relaxa nos cuidados de prevenção à doença em Rio Branco

Nas ruas, muitas pessoas não usam máscaras — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Com mais de 34,4 mil casos de Covid-19 registrados no Acre desde o início da pandemia, e com o registro de novo aumento de diagnósticos nas últimas semanas, a população acabou relaxando nos cuidados de prevenção e combate à doença.


Rio Branco é a cidade com o maior número de pessoas infectadas, com mais de 14,3 mil, seguida por Cruzeiro do Sul, com 3,7 mil casos, e Tarauacá, 2,6 mil casos, segundo dados do boletim da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre).


Além das medidas de segurança pública, o cuidado pessoal é essencial para a prevenção do vírus, como o uso da máscara, álcool em gel e o distanciamento são cuidados diários que cabe a cada um tomar. Porém, mesmo com o aumento dos casos, a situação parece não preocupar a todos. Andar pelas ruas de Rio Branco é se deparar com casos de falta de cuidado.


Máscara no queixo é uma das situações mais encontradas nas ruas. A comerciante Aleluia da Silva carrega a dela, mas confessa que nem sempre utiliza.


“Nós que vivemos aqui no sol quente, trabalhando nesse mercado com uma quentura doida, de vez em quando a gente tem que tirar a máscara, porque não aguenta”, desabafou.


Aumento de 81% dos casos


Entre os primeiros 16 dias de outubro e o mesmo período de novembro, osnovos casos de Covid-19 no Acre aumentaram em 81,6%. Os dados são de exames positivos divulgados pela Sesacre.


Até 16 de outubro, foram contabilizados 1.376 casos positivos. Em novembro, até a segunda-feira (16), os números subiram para 2.499 novos casos. Mais de 710 pessoas morreram vítimas da Covid-19.


Com o aumento de infectados, aprocura por atendimento no hospital de referência do novo coronavírus, o Instituto de Tramautologia e Ortopedia do Acre (Into), dobrou e o número de internações, que também tinha reduzido, voltou a crescer.


Cansaço e descuido


A equipe da Rede Amazônica esteve nas ruas da capital e muitos só colocavam a máscara quando viam a proximidade da equipe de reportagem.


“Fico agoniada com esse negócio na cara, é muito ruim a gente fica cansada logo”, contou a aposentada Rosa Rodrigues.


Este cansaço, é um dos fatores que o infectologista Thor Dantas atribuiu para o início da segunda onda do coronavírus, durante a última coletiva do comitê de Covid do Acre. Cansaço após meses de quarentena e um relaxamento reforçado com a reabertura do comércio.


E se entre os mais velhos a palavra é cansaço, aos jovens parece uma despreocupação. A máscara sai de cena, seja para bater um papo ou para matar a fome na rua.


“Me preocupo, mas estou precisando comer uma bananinha. Estou me cuidando, passei um álcool em gel”, justificou o estudante Rafael Santos, sobre estar na rua sem a máscara.


Já o comerciante Breno contou que esqueceu o acessório. “Esqueci minha máscara em casa, pelo costume. Me preocupo, e vou já pegar uma máscara para mim.”


O distanciamento de pelo menos 1,5 metro nas ruas também é raro de se ver. Ainda mais em locais como filas e ponto de ônibus. Muitos querem ficar sentados e aproveitar o espaço disponível nos bancos. Dentro dos ônibus o uso da máscara é reforçado na entrada.


“Eles já sabem e tem o aviso ali [no para-brisa] quando eles vêm o ônibus já tiram do bolso”, contou o motorista Gelisson Monteiro.


Porém, mesmo com a faixa na entrada e a fala do motorista, ainda têm aqueles que preferem cobrir o rosto com a mão do que com a máscara.


Cobrança


E a preocupação não é apenas em espaços públicos. Mesmo em espaços privados é preciso estar em alerta. O Agildo Junior trabalha no Calçadão da Benjamim Constant há mais de 20 anos, em julho o comércio reabriu e mesmo com as medidas de segurança, ele já precisou enfrentar alguns clientes.


“A gente pede para usar máscara e tem gente que é ignorante que fala que não temos nada a ver com a vida deles. Mas, tem a ver com a nossa, se ele não quer se prevenir o problema é dele, e a gente tem que se prevenir. A gente ignora e nem atende. Se colocar a máscara a gente atende com todo prazer”, pontuou.


Enquanto não há cura para o novo coronavírus, a vida continua dentro e fora de casa, mas com novos cuidados. É preciso adaptar as atividades e os hábitos cotidianos como conta a aposentada Maria das Graças.


“Aqui na parada é aglomeração, vai para uma fila de banco é aglomeração, então, a gente tem que estar preparado. Ando até com meu álcool em gel aqui”, concluiu.


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