A Apple suspendeu novos acordos com a Pegatron, uma das fabricantes do iPhone, depois de descobrir violações trabalhistas em um programa de estudantes, uma medida enérgica para eliminar problemas na cadeia de produção na China.
A gigante de tecnologia com sede em Cupertino, Califórnia, disse que, semanas atrás, descobriu que a fabricante de Taiwan classificou incorretamente os estudantes e permitiu que alguns trabalhassem à noite e horas extras, o que viola o Código de Conduta do Fornecedor da Apple.
Os funcionários então “fizeram de tudo” para encobrir as violações. Desde então, a empresa colocou a empresa sob supervisão até que a ação corretiva seja concluída, disse a Apple em comunicado.
A Pegatron é uma das poucas parceiras com as quais a Apple conta globalmente para fabricar produtos importantes, como o iPhone. Como a rival Hon Hai Precision Industry Co., conhecida como Foxconn, a empresa taiwanesa é parte da cadeia de abastecimento global da Apple, que tem sido alvo de críticas por ativistas trabalhistas ao longo dos anos.
A empresa mais valiosa do mundo se concentra na produção de quatro novos modelos do iPhone 5G e tem trabalhado com a Pegatron para expandir a montagem do aparelho fora da China. Como cobre apenas novos acordos, é improvável que esses esforços sejam afetados pela suspensão, que foi divulgada anteriormente pelo jornal local The Paper.
Mas a decisão da Apple abre uma oportunidade para a rival Luxshare Precision Industry, que está prestes a se tornar a primeira empresa da China continental a montar o iPhone.
“O negócio atual do iPhone da Pegatron não deve ser afetado. No entanto, é provável que a Pegatron perca alguns pedidos de novos aparelhos da Apple no próximo ano para a Luxshare, que está prestes a se tornar uma nova fabricante do iPhone em 2021”, disse, Jeff Pu, analista da GF Securities.
“Estamos trabalhando nas ações corretivas e confiantes de que iremos concluí-las em breve”, disse uma porta-voz da Pegatron na segunda-feira.
A Apple disse que não encontrou evidências de trabalho forçado ou de menores no caso da Pegatron, mas descobriu que o fornecedor falsificou a papelada para ocultar as violações. A Pegatron demitiu o gerente que supervisionava o programa de estudantes, acrescentou.