A Justiça recebeu denúncia contra Mauricelio Gomes Pereira, que passa a ser réu no processo sobre a morte do idoso Argemiro de Figueira de Farias, de 73 anos, em junho deste ano.
O corpo do idoso foi encontrado já em estado de decomposição no dia 25 de junho dentro da chácara da família do senador Sérgio Petecão e da vereadora Lene Petecão, ambos do PSD-AC. Farias era amigo da família Petecão e morava há muitos anos na chácara, que fica na BR-364, na saída de Rio Branco.
Vizinhos sentiram falta do idoso, pularam a parte de trás da propriedade e acharam o corpo próximo da piscina. A casa onde Farias vivia estava revirada com todos os móveis e pertences fora do lugar.
Conforme a denúncia do Ministério Público do Acre (MP-AC), o crime ocorreu entre os dias 19 e 20 de junho de 2020, porém, o corpo da vítima só foi achado no dia 25 daquele mês. O acusado, usando de violência e grave ameaça, roubou duas armas de fogo e uma roçadeira da vítima e acabou matando o idoso.
Pereira foi denunciado pelo crime de latrocínio. A denúncia foi aceita pelo juiz Clovis Lodi, da Vara de Delitos de Roubo e Extorsão.
No último dia 17 de novembro, o defensor público Michael Marinho Pereira informou no processo que não conseguiu contato com o réu para fazer a defesa prévia dele e que, portanto, vai deixar para entrar no mérito dos fatos no decorrer do processo.
O acusado foi preso um mês depois do crime na Vila Santa Cecília, região do Segundo Distrito de Rio Branco. A prisão do suspeito foi feita após investigação da Delegacia Especializada de Combate a Roubos e Extorsões (Decore).
Pereira estava foragido do sistema penitenciário desde o ano 2016. De acordo com a polícia, ele é condenado pelo crime de estupro de vulnerável ocorrido no ano de 2009, em que a vítima foi uma criança de 12 anos.
‘Pessoa da família’
No dia em que o corpo foi achado, a vereadora Lene Petecão disse ao G1que Farias era considerado uma pessoa da família, que morava há muito tempo no local, desde quando a mãe dela se mudou para a propriedade. Ele dividia a chácara com um caseiro.
“Como ele era sozinho, uma vizinha dava conta dele para a gente. Avisava quando precisava de algo e a gente corria lá, levava remédio e outras coisas. Sentiu falta dele e achou hoje [25 de junho] à tarde. O Petecão tem uma chácara para lá e quando ia sempre parava para falar com ele. A gente tinha uma relação muito próxima com ele, só que moramos na cidade e ele na chácara, que era a casa da minha mãe. Mesmo depois que a mãe morreu ele ficou lá, não tiramos”, contou, na época.