Saídas de Maisa, Cabrini e Sheherazade forçam reformulação no SBT


A notícia de que Maisa Silva optou por não renovar o contrato com o SBT caiu como uma bomba no último fim de semana. Apesar de a apresentadora ter deixado a emissora de Silvio Santos por vontade própria, a saída da estrela teen engrossa uma lista de baixas na empresa, que será forçada a fazer uma reformulação considerável em sua programação.


O Conexão Repórter, de Roberto Cabrini, deixará a grade neste mês. O premiado jornalista não teve o seu vínculo prorrogado por questões comerciais e financeiras –a sua atração de grandes reportagens, exibida no fim das noites de segunda-feira, chegará ao fim.


Outro corte de custo foi feito com a dispensa de Rachel Sheherazade, um dos principais nomes do Jornalismo do SBT. Apesar de não ter um programa para chamar de seu, ela era a âncora que representava o SBT Brasil, telejornal do horário nobre. Sem Carlos Nascimento, afastado por conta da pandemia, nem Rachel, o noticioso fica sem boa parte de sua identidade.


Um programa que também sofreu os efeitos da crise de Covid-19 foi o Bom Dia & Cia, que perdeu toda a estrutura de estúdio, a interação com os telespectadores e a apresentação de Silvia Abravanel. Desde o início da quarentena, em março, o infantil está indo ao ar com um desenho atrás do outro. E será assim pelo menos até sair a vacina contra o coronavírus.


Além de Silvia, as outras duas filhas de Silvio Santos que apareciam em frente às câmeras também estão “de molho” na pandemia: Patricia Abravanel teve o seu Topa ou Não Topa suspenso, e Rebeca Abravanel não está fazendo edições inéditas do Roda a Roda.


Christina Rocha deixou de gravar o Casos de Família, e os trabalhos de programas como Raul Gil e Silvio Santos devem ser retomados apenas em 2021; Carlos Alberto de Nóbrega tem feito chamadas e pequenos quadros para A Praça É Nossa direto de sua casa.


Até mesmo o tapa-buraco favorito do SBT não existe mais como opção. Por causa de uma disputa da Televisa com a família de Roberto Gómez Bolaños (1929-2014), Chaves (1973-1980) não teve os contratos de exibição renovados no Brasil e em outros países pelo mundo.


Fim do setor de novelas


Das três maiores emissoras do país, o SBT é a que mais sofre com a pandemia. Ao contrário de Globo e Record, que adaptaram seus protocolos e retomaram as gravações das novelas, a empresa de Silvio Santos acabou com o seu núcleo de teledramaturgia, encerrou contratos com o elenco de Poliana Moça e não sabe como nem quando uma possível retomada vai acontecer.


Nos últimos anos, as novelas infantis foram as responsáveis por impulsionar o horário nobre do SBT, com médias que superavam os dois dígitos no Ibope. Atualmente, a faixa conta com as reprises de Chiquititas (2013) e Cúmplices de Um Resgate (2015), que disputam a vice-liderança com a Record.


O problema é que todas as tramas para crianças já foram repetidas à exaustão. Sem um folhetim inédito no ar ou uma opção chamativa de reprise, a emissora tende a perder cada vez mais audiência.


Com baixas no Jornalismo, buracos na programação, sem nomes fortes como Maisa e Cabrini, e com excesso de reprises na grade, uma saída do SBT pode ser o esporte. A emissora adquiriu os direitos de transmissão da Libertadores até 2022 e pode tentar exibir a Fórmula 1 a partir de 2021.


Os eventos são caros e pagos em dólar. Sem empresas apoiadoras, eles podem se tornar um problema para o caixa em longo prazo. No entanto, se apresentam como uma possibilidade de reforço no caixa com os patrocínios valiosos que atraem. Com 2020 praticamente perdido, Silvio Santos e seus executivos terão de encontrar saídas para aumentar o faturamento e preencher os horários mais carentes na programação.


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