O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), identificou novos casos do recebimento de pacotes de sementes desconhecidas e de procedência incerta, que foram entregues a cidadãos comuns como forma de “brindes”, acompanhadas de produtos comprados pela internet. Em um desses casos, uma pessoa cultivou as sementes.
No fim de setembro, por meio da Coordenação de Fiscalização de Sementes e Mudas, o Idaf emitiu um alerta à população acreana sobre os eventuais riscos que esses produtos podem causar à saúde, ao meio ambiente e à agricultura. De acordo com a coordenadora, a engenheira agrônoma Ligiane Amorim, essas sementes podem representar um grande risco para o estado.
“Produtos vegetais de origem incerta e importados sem a aprovação do Ministério da Agricultura são considerados como de grande risco, pois podem promover a introdução e a disseminação de novas pragas agrícolas ou de pragas já erradicadas, além da possibilidade de causarem sérios prejuízos econômicos e danos do ponto de vista da Defesa Sanitária Vegetal”, explicou.
O Idaf relata que uma moradora do município de Acrelândia recebeu, no final do mês de julho, as sementes desconhecidas em sua residência e as plantou. Após alguns dias da manipulação das sementes e do contato com a planta germinada, ela começou a sentir sintomas como náuseas, vômito e tontura e os atribuiu ao contato que teve com o vegetal.
Após serem comunicados do fato, com apoio da Vigilância Sanitária do município, técnicos do Idaf recolheram a matéria vegetal que será submetida às medidas necessárias. O órgão de defesa sanitária segue alertando a população acreana sobre os riscos que essas sementes podem trazer à saúde humana, à agricultura e ao meio ambiente.
No último dia 6, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que nas amostras recolhidas em diversos estados do Brasil e enviadas aos laboratórios oficiais foram encontrados fungos, bactérias e possíveis pragas quarentenárias (que não existem no Brasil).
A engenheira Ligiane Amorim reforça o alerta para que pessoas que receberam essas sementes não manipulem, não descartem de forma alguma e não plantem o material. Segundo ela, as sementes podem ser de ervas daninhas, que se espalham sem controle, e ainda podem conter vírus, fungos ou bactérias, capazes de infectar e provocar danos à produção de vegetais.
“Os pacotes recebidos com as sementes ou plantas já germinadas devem ser entregues nos escritórios do IDAF mais próximo ou solicitem ao Idaf o recolhimento, que realizaremos o procedimento de forma adequada e segura e encaminharemos o material para análise nos laboratórios oficiais do ministério da agricultura”, diz.
Para dúvidas, informações ou denúncias, o serviço de Defesa Sanitária vegetal do Idaf orienta que as pessoas entrem em contato pelos telefones 3224-8482/99966-0455 de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 13h30.