O Acre registrou no ano passado 10 mortes “a esclarecer” – uma redução de 42% em relação a 2018, quando foram computadas 17 mortes do tipo. Os dados são do 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado no domingo (18) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Isso significa que há mortes que podem ter sido motivadas por violência fora das estatísticas oficiais de assassinatos. O estudo buscou levantar o impacto da pandemia do coronavírus sobre os dados da segurança pública neste período.
O documento explica que as mortes sem causa conhecida aparecem quando não há o correto preenchimento das informações das vítimas e dos incidentes e, sobretudo, quando não se consegue estabelecer a causa das mortes violentas: homicídios, acidentes de trânsito ou suicídios.
Para chegar à estatística, foram consideradas apenas os “encontros de cadáveres sem lesões aparentes” e as mortes com “dúvidas quanto a suicídio ou morte provocada”. As mortes suspeitas acidentais e súbitas não foram incluídas.
O delegado geral de Polícia Civil, Josemar Portes, explicou que o fato de os crimes estarem no Anuário como mortes a esclarecer não quer dizer que a polícia parou de investigar.
“Esses crimes não entraram em estatísticas porque ainda estão sendo esclarecidos. Por exemplo, a pessoa pode ter morrido por vários motivos que ainda estão sendo analisados. Podem ser resultados de exames que ainda não ficaram prontos, ou faltaram alguns pontos que ainda estão sendo analisados. O fato de a morte estar no Anuário não significa que a gente não esteja ainda buscando solucioná-la. Lembrando que houve uma redução em relação a esses dados, eram 17 e agora são 10, porque os demais foram solucionados”, esclareceu.
Brasil
Já a nível de Brasil, no ano passado foram 13.705 mortes “a esclarecer” – um aumento de 9% em relação a 2018, quando foram computadas 12.232 mortes do tipo. O Mato Grosso do Sul teve a maior taxa de mortes a esclarecer, de 36,4 por 100 mil habitantes, seguido do Rio de Janeiro, com taxa de 25,1.
Mortes por policiais
O Anuário também mostra o dado de mortes por policiais separado. No primeiro semestre deste ano, houve 16 mortes causadas pela polícia, ante 12 no mesmo período do ano passado.
O crescimento tem sido contínuo. Foram 23 mortes em decorrência de intervenção policial em 2019, contra 18 em 2018.
Em dados gerais no Brasil, no primeiro semestre deste ano, houve 3.181 mortes causadas pela polícia, ante 3.002 no mesmo período do ano passado.
O crescimento tem sido contínuo. Foram 6.357 mortes em decorrência de intervenção policial em 2019, contra 6.175 em 2018.
Suicídios
No caso dos suicídios, houve um aumento no Acre, de 30%. Foram registrados, em 2019, 70 casos, ante 53 registrados no ano anterior.
Em todo o Brasil, houve um aumento no país, de 11,4%. Foram registrados, em 2019, 12.700 casos, ante 11.315 registrados no ano anterior. A maior parte dos estados teve uma alta nos registros.
Um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019 mostrou que cerca de 800 mil pessoas acabam com suas vidas todos os anos no mundo, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos.
Mortes violentas
O Acre registrou, no 1º semestre deste ano, 164 mortes violentas, um aumento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram computadas 156 crimes do tipo. Os dados são do 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicados no domingo (18).
Em 2019, houve, segundo o Anuário, 296 mortes violentas intencionais. Trata-se de uma queda de 27% quando o número é comparado ao de 2018 (399).
O estudo buscou levantar o impacto da pandemia do coronavírus sobre os dados da segurança pública neste período.
Estupro de vulnerável em vítimas do sexo feminino
O número de estupros de vulnerável em vítimas do sexo feminino no Acre reduziu 38% durante a pandemia do novo coronavírus. Os dados, revelados pelo 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicados no domingo (18), são comparativos ao primeiro semestre de 2019 com o mesmo período de 2020.
O estudo revela que no ano passado 79 crianças e adolescentes mulheres foram estupradas. Esse ano o número reduziu para 49.
Já em relação às mulheres, também houve uma redução nesse tipo de crime. Foram 80 mulheres em 2019 contra 52, uma redução de 35%.