Regiane Rabelo, testemunha no caso da morte do pastor Anderson do Carmo, foi ouvida nesta quinta-feira (10) pela 3º vara criminal de Niterói e também pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP), onde relatou o ataque a bomba sofrido em sua casa, no bairro de Itaipuaçu, em Maricá, no último dia 3.
A testemunha afirmou não ter dúvida de que “tal incidente teve a intenção de amedrontá-la e coagi-la a não depor em Juízo”. Regiane também disse que teve notícia de que, na casa da família de Flordelis, foi comentado que Adriano, um dos filhos biológicos da deputada do PSD do Rio, preso na Penitenciária Nelson Hungria, teria afirmado a pessoas com quem teve contato que estaria esperando ser solto para “ir atrás de Regiane”.
A testemunha afirmou temer pela soltura de Adriano. Porém, em decisão proferida nesta quinta-feira pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, titular da 3ª vara criminal de Niterói, Adriano teve seu pedido de liberdade provisória negado.
O depoimento dado por Regiane pesou para que a prisão de Adriano fosse mantida, de acordo com a juíza. Segundo a magistrada, após as declarações da testemunha de que Adriano estava esperando ser solto para ir atrás dela, ficou ainda mais evidenciado a “necessidade da manutenção do decreto prisional do réu Adriano, para garantia da instrução criminal”.
Regiane é ex-patroa de Lucas, filho adotivo de Flordelis, preso por suspeita de participação na morte de Anderson. Ela acusa Flordelis de influenciar Lucas para que ele mudasse sua versão sobre o crime, além de tentar incriminar o filho como único responsável pela morte do pastor.
A deputada Flordelis (PSD-RJ) é apontada como o cérebro de uma organização criminosa que mandou matar Anderson do Carmo, na época seu marido, com 30 tiros em junho de 2019.
A investigação apurou que sete filhos do casal também participaram da ação. De acordo com a Polícia Civil, se divorciar de Anderson “não era uma opção” para Flordelis.
O ataque a bomba na casa de Regiane aconteceu no dia 3 de setembro, próximo da meia noite. O artefato explodiu no quintal da casa dela, em Niterói, mas não houve feridos, pois todos estavam dormindo no momento do ato.