Seis pessoas suspeitas de participação na invasão da Delegacia de Capixaba, no interior do Acre, em setembro de 2018, para retirar um preso da cela e matá-lo vão a júri popular. O julgamento está marcado para ocorrer às 8h desta quinta-feira (1) no Fórum da cidade.
Entre os réus estão Emerson de Lima Farias, Paulo Cordeiro Morais, Deivity da Silva, Henrique Santos Ribas, Roberto de França Lima e Cimar Barros de Oliveira.
A advogada do acusado Roberto Lima, Viviane Nascimento afirmou que a tese da defesa é a negativa de autoria. Segundo ela, seu cliente confirmou que esteve na delegacia no dia do crime, mas que não teve participação na morte do preso. O G1 não conseguiu contato com a defesa dos demais acusados.
“Ele não contribuiu para o homicídio. Embora ele tenha ido até a delegacia, ele não desferiu nenhum golpe contra a vítima, então, ele nega a autoria do homicídio”, disse a advogada.
No dia 27 de setembro de 2018, populares invadiram a delegacia da cidade e retiraram Elison dos Santos da cela. Em seguida, levaram o preso para a rodovia BR-317 e o lincharam até a morte. Na época, a polícia informou que a delegacia ficou destruída pelos moradores.
Santos era suspeito de assassinar os idosos Francisco Oliveira e Sebastiana Mendes, de 69 e 58 anos, respectivamente. O casal foi morto no Ramal Brasil Bolívia, zona rural do município, no dia 26 de setembro daquele ano e o suspeito foi preso no dia seguinte.
Quatro dos réus foram presos em uma operação da Polícia Civil deflagrada em novembro de 2018. Inicialmente, segundo a advogada Viviane, 13 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público por participação na ação criminosa, porém, sete delas foram impronunciadas pela Justiça, ou seja, não viraram réus no processo.
Além dos réus, devem ainda ser ouvidas quatro testemunhas que são policiais que estavam lotados na delegacia no dia da invasão.
Emerson Farias, Paulo Morais, Deivity da Silva e Henrique Ribas vão ser julgados pelos crimes de organização criminosa, homicídio qualificado e corrupção de menores. Já Roberto de França Lima e Cimar de Oliveira vão ser julgados por homicídio qualificado e corrupção de menores.