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Reservas do Acre são dominadas por madeireiros


Dados levantados pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental mostram que a ‘indústria da invasão de terras’ está de volta ao Acre e trouxe junto com ela muito prejuízo ao meio ambiente e violência com a expulsão de famílias assentadas. Só em reservas estaduais, esse ano foram registrados 112 lotes invadidos por grupos que, segundo a PM são bem articulados, organizados e tem vasto conhecimento sobre as áreas ocupadas.


Os assentamentos do Incra também viraram alvos. Nos últimos meses a polícia ambiental atendeu 16 pontos de invasões e em áreas particulares são 38 invasões registradas.


Na área de reserva legal da área da Walter Arce, protegida por lei, as vegetação foi toda derrubada e hoje o que existe é um grande assentamento de invasores com vários lotes definidos.


No assentamento Riozinho, em Sena Madureira, os invasores estão ameaçando e tomando parte dos assentados e retirando a madeira.


As informações fazem parte de um relatório preparado pelo comando do Batalhão de Policiamento Ambiental, que pede ajuda aos órgãos federais no combate aos grupos de invasores.


De Acordo com o comandante do batalhão, Major Kleison Albuquerque, só no Antimari, hoje existem 61 pontos de invasão, áreas onde está sendo criado gado ou simplesmente o invasor aluga o pasto. “Verificamos que tem morador legalizado que está levando amigos e parentes para invadir a floresta do Antimari”, denunciou.


Na gleba Afluente, no município de Manoel Urbano, 34 lotes foram invadidos e a polícia teve que fazer uma rápida intervenção para evitar que mais área fossem desmatadas.


“Com as derrubadas agora as pessoas estão ateando fogo” completou.


As invasões chegaram a terras mais distantes e isoladas como as florestas do Chandles e nas do Rio Gregório.


Em projetos de assentamento são 16 pontos de invasões identificados, e, com um agravante: Segundo o Superintendente do Incra Sérgio Bayum, famílias estão sendo expulsas de seus lotes para que o invasor possa tomar de conta e retirar a madeira. Ele disse que já enviou todos os casos para os órgãos competentes como Ibama, Polícia Federal e Ministério Público Federal. “Não temos poder de polícia, por isso preciso da atuação desses órgãos para evitarmos esse mal que está se espalhando por todo Estado”, disse.


Existem vários crimes nessa onda de invasão que tomou conta do Estado. Primeiro, o invasor entra na reserva legal e propriedades para retirar a madeira, e logo vai embora. Segundo, ocupa o lote em área proibida e na pior das hipóteses expulsa o assentado.


A polícia Ambiental não consegue, sozinha, chegar a todos os pontos de denúncia e nem combater esse crime, por isso pede ajuda dos órgãos ambientais estaduais e federais para enfrentar essa batalha.


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