Na Operação Acúleo, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira, 11, os ex-prefeitos de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales, Ilderlei Cordeiro e o ex-vice-prefeito Mazinho Santiago, são investigado por supostos crimes de fraude em licitação, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa, peculato, crime de responsabilidade de prefeito e organização criminosa praticados, em tese, pelo suposto grupo criminoso.
Além deles, consta uma lista de pessoas que estão proibidas de manter contato entre si, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), deputado Nicolau Junior, advogado Jonathan Donadoni, Mário Vieira Neto, Raquel Valente, Eder Sarha, Francisco das Chagas Andrade de Amorim, Cleilson Pinheiro Rosas e Cleiton Pinheiro Rosas.
Em Cruzeiro do Sul, a Polícia Federal também esteve na sede do MDB. Segundo a PF, havia fraudes em licitações, o que causava grave prejuízo ao erário. Uma das empresas investigadas chegou a vencer 32 procedimentos licitatórios na cidade, movimentando aproximadamente R$ 50 milhões, oriundos de contratos de obras públicas firmados com o ente público municipal. Grande parte desses valores era operada às margens do Sistema Financeiro Nacional, pois os sócios das empresas realizavam saques expressivos (na tentativa de ocultar a destinação), que ultrapassaram R$ 12 milhões. Soma-se a isso diversas transferências eletrônicas destinadas a pessoas públicas.
Foi determinado o bloqueio dos ativos financeiros no país dos principais envolvidos no montante de R$ 5.140.594,00 (cinco milhões cento e quarenta mil quinhentos e noventa e quatro reais), assim como o sequestro de bens imóveis e/ou arresto de bens móveis dos investigados, casos os ativos financeiros não alcancem o valor suficiente para uma possível recomposição do dano ao erário.
Empresário nega participação em fraude
O empresário cruzeirense Junior Melo nega que tenha sido alvo da operação Acúleo. Ele diz que durante muito tempo foi o único fornecedor de água mineral na região e que vende o produto para a prefeitura de Cruzeiro do Sul e para o governo do Estado. Sua empresa fornece água para a Maternidade de Cruzeiro do Sul. “Sou um empresário e amigo do presidente da Assembleia desde jovem e só isso. Não fui nem notificado nesta operação”, explica.