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Mesmo com auxílio emergencial, consumo das famílias tem maior queda da História


Mesmo com o auxílio emergencial, o desemprego elevado e as medidas de distanciamento social para conter o avanço da Covid-19 forçaram um freio na compra de bens, levando o consumo das famílias a cair 12,5% entre abril e junho, em relação ao primeiro trimestre deste ano. Foi o maior recuo da História do país.


As barreiras impostas pelo isolamento social impossibilitaram que as famílias fizessem compras como estavam habituadas. Também há o receio de fazer gastos diante de um cenário de incerteza econômica e fragilidade no mercado de trabalho.


Dados divulgados hoje apontam para uma queda de 9,7% no PIB brasileiro, no segundo trimestre. Os dados jogam o país novamente em uma recessão técnica, situação que o país não vive desde o fim de 2016.


Os números apontam para quedas recordes em praticamente todos os segmentos. Os serviços, responsáveis por 74% do PIB pela oferta, caíram 9,7%, maior perda em 25 anos. O segmento já não apresentava muita força no início do ano, tendo a situação agravada com a pandemia.


Nos últimos anos, o consumo das famílias tem sido o principal motor do PIB brasileiro. O peso do resultado é superior a 65%. Por isso, historicamente caminha com o desempenho da atividade econômica.
A queda só não foi maior por conta dos efeitos do auxílio emergencial. Como mostrou estudo feito por técnicos do Banco Central, o auxílio emergencial aumentou o consumo das famílias em municípios mais pobres, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, em comparação com o restante do país.
Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais no IBGE, os programas de apoio financeiro do governo injetaram liquidez na economia. Também houve crescimento do crédito voltado às pessoas físicas, que compensou um pouco os efeitos negativos.
Economistas olham com preocupação para o consumo das famílias, diante do desemprego elevado. Especialistas afirmam que será de fato o maior desafio da retomada, assim como o controle da pandemia.
Por mais que bares e restaurantes tenham seu funcionamento permitido de maneira flexível, ainda falta confiança da população para voltar a consumir nestes estabelecimentos em um nível semelhante ao começo do ano. Além disso, com a renda prejudicada, o consumo deverá ser menor.
Estudo feito pelo pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcos Hecksher, apontou que desde março, a retração da renda do trabalhador bate recorde mês a mês.
Nos últimos 12 meses, a soma teve tombo de 15,3%, maior queda da série histórica do IBGE, iniciada em 2012. Mais de 8,9 milhões perderam o emprego entre abril e junho, segundo a Pnad Contínua.


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