A Justiça acreana negou o pedido de liberdade a um adolescente de 17 anos que está envolvido na morte da família boliviana ocorrida no dia 13 deste mês. Ele teria ajudado no resgate do suspeito de estuprar uma menina boliviana de 14 anos e depois ajudar a matar os dois irmãos que estavam na casa.
A menina continua na UTI do Hospital da Criança em Rio Branco esperando por uma segunda cirurgia.
O menor está internado provisoriamente, por ordem do Juízo de Direito da Vara Criminal da Comarca de Acrelândia, por ser acusado de matar os bolivianos. A decisão de manter a internação do menor foi da desembargadora Waldirene Cordeiro.
“Ainda que seja o paciente primário, sua atuação no evento, segundo se extrai dos autos, apresentam uma escalada meteórica ao mundo do ‘crime’”, diz trecho da decisão.
Recuperação
A menina já passou por uma cirurgia no braço no pronto-socorro de Rio Branco. No dia 18 de setembro, ela apresentou alterações nos exames e, por segurança, foi levada para o Hospital da Criança para manter a estabilidade do quadro clínico.
A direção do hospital confirmou que a adolescente segue na UTI da unidade, mas está sem respirador mecânico e o quadro é estável. Com relação à cirurgia, a informação é que, por enquanto, não há indicação de procedimento porque aguardam a evolução do quadro da paciente.
A menina está acompanhada de um irmão que mora em La Paz, na Bolívia, e chegou ao Acre na no dia 16 de setembro após a tragédia. A reportagem não conseguiu contato com ele. O pai chegou a passar dois dias com ela no pronto-socorro de Rio Branco, mas retornou para Bolívia para fazer contato com a polícia local, pois quer que o crime seja julgado no país vizinho.
O crime ocorreu no dia 13 de setembro, na área de fronteira entre o Acre e a Bolívia, depois que o pai da menina flagrou um acreano estuprando a filha e decidiu amarrá-lo para chamar a polícia.
Enquanto isso, parentes do suspeito de estupro apareceram e atacaram a família boliviana em sua propriedade, que fica perto das cidades de Acrelândia e Plácido de Castro, no Acre. Após atirar contra a família, os suspeitos ainda queimaram a casa.
Prisões e apreensões
A Polícia Civil do Acre investiga o caso. Segundo o delegado Samuel Mendes, de Acrelândia, inicialmente dois homens foram presos em flagrante, mas, um deles acabou sendo solto e o outro foi levado ao presídio de Rio Branco.
O delegado informou que ainda não há novidades sobre as investigações e que tenta localizar os demais suspeitos.
O menor foi preso no dia 17 de setembro pela Polícia Militar e conduziu duas pessoas investigadas pela morte da família para a delegacia de Acrelândia.
A PM foi até a propriedade da família dos suspeitos, que fica no interior do Acre, cumprir o mandado de internação do menor e um de prisão contra o suspeito do estupro, mas ele se escondeu na mata.
Duas armas de fogo que teriam sido usadas no crime foram apreendidas. Um casal foi levado para a delegacia novamente para esclarecer novos detalhes do crime.