O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse à CNN que vai adiar o depoimento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à Polícia Federal (PF) até que o plenário da Corte julgue o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para a realização do interrogatório seja por escrito.
A decisão será formalizada assim que ele receber os autos. A PF havia intimado Bolsonaro para depor presencialmente entre os próximos dias 21 e 23.
Marco Aurélio afirmou que irá “congelar” os trâmites do inquérito para possibilitar o exame do recurso pelo plenário do STF, já que não concebe a “autofagia” — ou seja, a possibilidade de julgar sozinho uma decisão tomada por um colega, no caso, Celso de Mello, que não aceitara o depoimento por escrito.
De licença médica, Celso de Mello está impedido de examinar o recurso de Bolsonaro, a análise, então, passou para Marco Aurélio, o segundo ministro mais velho do STF.
Celso de Mello não deverá participar do julgamento de sua decisão pelos colegas. Ele disse à CNN que, por conta da licença médica, só deverá voltar ao STF no início de outubro.
Semanas depois, terá que deixar o tribunal, já que completará 75 anos — idade limite para integrantes da Corte — no dia 1º de novembro.