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Investimentos da China no Brasil e no Acre crescem e mostram importância da proximidade cultural entre os dois países

A relação entre a China e o Brasil está aumentando nos últimos anos. O interesse comercial do país asiático está se concretizando com investimentos na agricultura do Acre, o que acaba por gerar benefícios econômicos e vagas de empregos na região. A relação entre as duas nações é uma história antiga e, por isso, muito da cultura asiática, seja na culinária ou então no entretenimento, está presente na nossa rotina.
Desde o século 19, os chineses fazem parte oficialmente da comunidade brasileira. Os primeiros imigrantes chegaram por volta do ano 1900, principalmente no estado de São Paulo, para trabalhar em plantações de chá. Entretanto, com o passar do tempo, os imigrantes foram se espalhando de norte a sul do país. Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Piauí e Maranhão foram alguns dos estados que mais receberam essas comunidades.


Fonte: Pixabay

Recentemente, os investimentos dos chineses no Brasil fizeram aflorar essa união. Em 2019, os dois países completaram 45 anos de relações diplomáticas e a presença do capital chinês teve um grande salto por aqui. Foram quase US$ 2 bilhões investidos no ano passado, um número muito maior e mais significativo do que os US$ 283 milhões que foram colocados pelos chineses em 2018. Ou seja, o interesse da China é cada vez maior e deve continuar a crescer.
O estado do Acre tem muito a ganhar com isso, principalmente com as boas notícias do ano passado. As negociações entre a China e os governantes estaduais tiveram como foco o investimento na agricultura da região. A importação de carne, por exemplo, foi o tema principal de uma das reuniões recentes entre o Vice-Governador do Acre, Wherles Rocha, e o Embaixador da China, Yang Wanming. A expectativa é de que esses acordos gerem novas oportunidades para a população.
Cultura chinesa no Brasil
A China pode até estar longe geograficamente do Brasil, mas a verdade é que culturalmente existe uma ligação forte entre os dois países. O bairro da Liberdade em São Paulo, por exemplo, possui uma das maiores comunidades chinesas do mundo e chega a reunir cerca de 150 mil pessoas nas comemorações do Ano-Novo Chinês na Praça da Liberdade. Assim, existe muita influência da cultura asiática no nosso dia a dia, algo sobre o que nem sempre temos conhecimento.
Os pratos e a culinária chinesa sempre são lembrados pelos brasileiros, visto que já se tornaram praticamente parte da culinária do país. A revista Food Magazine conta que o yakissoba, o frango xadrez e o rolinho primavera estão entre as comidas vindas da Ásia que mais são consumidas pelos brasileiros. Ou seja, nossa alimentação não é tão distante quanto as pessoas imaginam. O mesmo pode ser dito de outras áreas, como a dos esportes. Por exemplo, a arte marcial Tai Chi Chuan está presente em grande parte das academias do Brasil e é uma luta com grande popularidade entre os brasileiros.


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No entretenimento, a influência da cultura chinesa também é conhecida. Chamado de Go, Weiqi ou Baduk, esse jogo de estratégia é tradicional na Ásia e também ganhou espaço no Brasil. Nele, dois jogadores posicionam alternadamente pedras pretas e brancas em busca de mais território no tabuleiro. Todas as regras do jogo podem ser vistas no artigo do portal Baduk. Outro jogo conhecido por aqui é o Keno, em que o jogador tenta adivinhar o sorteio de números entre 80 diferentes. Como mostra o portal Casino.pt, esse jogo de aposta teve origem na China do século 19 e chegou ao Brasil pelas mãos dos colonizadores portugueses. Apesar de não ser totalmente popular, ele costuma ser jogado em lugares de maior presença da comunidade chinesa. Encontrar tais lugares não é difícil, principalmente pelo fato de alguns sites, como o da Revista Macau, divulgarem eventos de locais com maior presença de imigrantes chineses.
Futuro entre Brasil e China
As negociações no campo comercial entre os dois países têm tudo para continuar a crescer. O país asiático é uma das maiores potências do mundo, e o Brasil pode aproveitar para conseguir bons acordos comerciais. A discussão quanto à presença do 5G oferecido pela empresa Huawei, por exemplo, é algo que pode ser importante para os próximos anos. Afinal, abrir as portas para a tecnologia chinesa seria confiar na relação entre os dois países.
O Acre tem muito a ganhar com tudo isso, principalmente no campo da agricultura. Com as incertezas econômicas do futuro, a China pode ser um parceiro interessante que garanta bom investimento e a geração de novos empregos. Entretanto, essas negociações costumam ser complexas e levam tempo, mas se engana quem acredita que a distância geográfica diz muito sobre as relações entre o Brasil e os chineses. A fronteira entre os dois países está, na verdade, na estreita relação cultural e comercial por eles nutrida.


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