Curso de Medicina da Ufac está à deriva em meio à pandemia de covid-19


Faltando pouco mais de um mês para o início das aulas remotas na Universidade Federal do Acre (Ufac), o curso de Medicina está sem coordenador desde o dia 10 de agosto, quando o cirurgião Mario Jorge Ferreira da Silva pediu exoneração do cargo.


A ausência de comando na faculdade mais concorrida da instituição tem gerado críticas por parte de alunos iniciantes e concludentes, que não sabem se e como o curso tem se organizado para retomar as atividades no dia 26 de outubro, conforme decisão do Conselho Universitário.


As reclamações partem, principalmente, da turma 16, que atualmente se encontra no 10º período. Nesta semana, os acadêmicos lançaram extensa nota de repúdio contra a não retomada do internato, que, segundo eles, teve retorno prometido assim que o pico da pandemia de coronavírus passasse.


A interrupção da atividade se deu em acordo com as unidades de saúde conveniadas, no início da epidemia, para evitar aglomerações em ambientes hospitalares e preservar a saúde dos alunos.


A 16ª turma argumenta que os acadêmicos da 15ª já voltaram a fazer o estágio no início de agosto, após articulação “exaustiva e incessante, contornando a omissão da coordenação”.


A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) já autorizou a retomada do internato para instituições de formação. A decisão foi endossada pela pró-reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac. Estudantes concludentes de Medicina da Uninorte também já voltaram a essas atividades.


“Resta para os alunos da MED 16 apenas a realização de um cronograma por parte dos coordenadores dos estágios do internato, o qual até o presente momento não foi apresentado e segue sem previsão para ser entregue”, diz a nota.


A turma sustenta que o estado já se encontra na fase amarela (Atenção) no nível de classificação de risco da pandemia e que a queda de vários indicadores possibilitam a retomada do estágio. Cita ainda a reabertura do comércio, bares, restaurantes e academias para cobrar a volta das atividades acadêmicas.


Por fim, criticam a ausência de comunicação entre professores e alunos a respeito do retorno do internato e sobre uma nova coordenação do curso.


Um aluno que não quis se identificar afirma que a ausência de coordenador impede os estudantes de recorrerem a alguém com autoridade para contornar a situação. “A universidade também não se pronuncia, a gente está sem informação, entramos em contato com professores e eles não respondem”, lamenta.


O outro lado


Em nota de esclarecimento, a Ufac, por meio da Prograd, reconheceu a existência de dificuldades para definição de cronograma em virtude da falta de coordenador do curso. Explicou ainda que busca, junto ao colegiado, um novo nome para assumir as rédeas da faculdade.


Leia a íntegra da nota a seguir:


“Nota de esclarecimento


Em virtude da pandemia do novo coronavírus, os internatos do curso de Medicina da Ufac foram suspensos. No fim do mês de julho, as Secretarias de Saúde Municipal e Estadual apontaram a possibilidade de receber os alunos, mas de forma lenta e gradual para evitar aglomeração. Além disso, muitos campos de estágio não estão atendendo em sua capacidade total; outros foram destinados a casos de covid-19.


Por isso, ambas as secretarias decidiram receber apenas as turmas concludentes. Em setembro, há possibilidade de elaboração de um cronograma para entrada da 16ª turma de Medicina da Ufac. Porém, neste momento a universidade enfrenta dificuldade para definir o cronograma porque o coordenador do curso de Medicina pediu exoneração. A instituição busca, com apoio do Colegiado do curso, um novo coordenador para que o processo do internato seja agilizado.


A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) está em contato com as Secretarias de Saúde e realiza reuniões com docentes para que essa situação seja resolvida o mais rápido possível.”


Confira a nota de repúdio da turma 16 de Medicina da Ufac:


 



 



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