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Começa julgamento de sargento da PM acusado de matar amante por não aceitar gravidez


O sargento da reserva da Polícia Militar do Acre (PM-AC) José Eronilson Brandão, acusado de matar a amante Guiomar Rodrigues, de 34 anos, em dezembro de 2018, senta no banco dos réus nesta quarta-feira (23). O júri popular começou às 8h30 na 1ª Vara do Tribunal do Júri.


A mulher foi achada morta em uma área de mata no Ramal do Sinteac, em Rio Branco. Brandão foi preso em janeiro do ano passado no bairro Ivete Vargas, na capital acreana. Ele segue preso no Batalhão Ambiental.


Casado, Brandão tinha um caso extraconjugal com Guiomar e teria praticado o crime após saber que ela estava grávida.


Ao G1, o advogado do militar, Wellington Silva informou que, ao todo, são oito testemunhas que devem ser ouvidas neste quarta, além do réu. Sobre qual vai ser a linha da defesa, ele se limitou a dizer que vai tentar absolvição do cliente. “Absolvição ou negativa de autoria, essa é a tese”, disse.


Denúncia


Em abril do ano passado, o militar foi denunciado pelo Ministério Público do Acre (MP-AC), que encaminhou o processo de mais de 300 páginas à 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco.


O sargento foi denunciado por homicídio com as qualificadoras de motivo torpe, asfixia mecânica, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.


Além do homicídio qualificado, Brandão deve responder também por fraude processual. Segundo o processo, o sargento inseriu elementos no local onde o corpo de Guiomar foi achado para tentar induzir a polícia e a Justiça de que o crime tinha sido praticado por uma facção criminosa.


Ainda segundo o processo, o corpo de Guiomar foi achado às margens do ramal com uma corda enrolada no pescoço. Após sair do local, a denúncia relata que Brandão mandou mensagens para uma filha dizendo que tentava comprar remédio para a esposa e que parou para consertar o carro.


Exumação


No processo, a polícia pediu exumação no corpo de Guiomar após o delegado Martin Hessel ter acesso a um exame de ultrassonografia, feito em novembro de 2018 e que apontava uma gestação de 14 semanas. Com isso, o delegado solicitou a exumação no cadáver.


No dia 18 de dezembro, equipes do Instituto Médico Legal (IML) de Rio Branco retiraram o cadáver de Guiomar para novos exames. O documento relata que o corpo estava em estado de putrefação, o que dificultou as análises.


No relatório do IML, o médico legista afirmou que não foi encontrado “restos ovulares uterino nem fragmento ósseo que poderia ser de um feto.”


Porém, o mesmo relatório apontou que “não se pode negar nem confirmar a gravidez da mesma, pois os fenômenos transformativos, após 18 dias do óbito, alteraram os vestígios.



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