Em meio ao avanço de incêndios generalizados e sem precedentes no Pantanal e na região Amazônica, o governo Jair Bolsonaro segue sem ações efetivas para conter o desastre ambiental. E para Jair Bolsonaro, o problema são os ambientalistas que ‘abriram uma guerra’ contra ele.
A jornalista Thaís Oyama, do UOL, apurou com fontes próximas ao Planalto que Bolsonaro “vai partir pra cima” do ambientalistas que ele classifica como “esquerda” que tenta usar a questão ambiental para desgastar o seu governo.
No Pantanal, o fogo já atingiu, até o final de agosto, mais de 12 % do bioma. Na Amazônia, os números de queimadas e incêndios florestais registrados até o dia 14 deste mês já superaram setembro inteiro de 2019, um crescimento de 86% para o período, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Mas para o governo o problema são os ambientalistas. De acordo com um assessor, o Conselho da Amazônia, presidido pelo vice-presidente Hamilton Mourão, foi criado para ser a face engajada do governo e mostrar que o Brasil estava disposto ao diálogo.
“Mas é como israelenses e palestinos: inútil dialogar se o outro lado só quer confronto”, afirma o assessor. “Se é assim, vamos para cima. Não é a Greta que vai definir a política ambiental brasileira”, afirmou, em referência à adolescente sueca que virou símbolo da causa da preservação ambiental.
O general Augusto Heleno, chefe do GSI, já começou a tentar construir essa narrativa nas redes sociais. Ele afirmou que a campanha “Defund Bolsonaro” (Desfinancie Bolsonaro) seria obra da Articulação dos Povos Indígenas. Segundo ele, a entidade presidida por uma “militante do PSOL e ligada ao ator Leonardo Di Caprio”, atuaria “24 horas por dia para manchar a imagem” do Brasil no exterior”.