Passado mais de uma semana da denúncia feita pela indústria de frutas Norte Hortifruti, sediada em Mâncio Lima, de que uma abordagem errada da Polícia Militar na BR-364, próximo à cidade de Tarauacá, resultou na perda de uma carga de 15 toneladas de açaí com um prejuízo de mais de R$ 100 mil, o comando da PM do Acre deu calado como resposta.
O ac24horas fez contato nesta quinta-feira, 24, com um representante da Norte Hortifruti, Janaldo Pinheiro, que afirmou, sem querer entrar em detalhes, que já há um indicativo de acerto com o governo do estado sobre o prejuízo. No entanto, a Polícia Militar não se pronunciou se foram corretos os procedimentos adotados durante a barreira policial que resultou na perda de 15 toneladas de açaí.
Por meio de uma carta endereçada ao Secretário de Segurança Pública do Acre (Sejusp), Paulo Cézar dos Santos, a empresa conta que o policial responsável pela abordagem, que não é identificado, sem justificativa, resolveu que toda a carga deveria ser revistada e ainda passar pelo equipamento de detecção de infravermelho que fica dentro presídio Moacir Prado, localizado em Tarauacá.
No documento, a empresa esclarece que o motorista explicou que o açaí é um produto extremamente delicado, não podendo ser manipulado de qualquer maneira, sem refrigeração, o que pode fazer com que fique inapto para o consumo.
Mesmo assim, de acordo com a denúncia, por volta de meio-dia, o policial obrigou o motorista a levar o caminhão até o presídio. Um trecho da carta detalha: “Ato contínuo, fez com que os detentos descarregassem toda a carga para ser vistoriada, que além de causar a ruptura das embalagens pelo manejo inadequado, pois os sacos eram jogados dentro de uma “carrocinha” e depois carregados pelos presos até o interior da penitenciária, fez com que a mesma ficasse por horas sem refrigeração adequada gerando a fermentação do produto e consequentemente perda total da carga!”. O prejuízo, de acordo com a empresa, foi de R$ 150 mil.