Vídeos que circulam pelas redes sociais nesta terça-feira mostram um homem que seria osuspeito de estuprar e engravidar a sobrinha de10 anos dizendo que iria se entregar. O ex-presidiário de 33 anos foi preso nesta madrugada na Região Metropolitana de Belo Horizonte por policiais civis de São Mateus (ES). Neste vídeo, o homem ainda acusa outros familiares da criança.
Em uma das gravações, ele se apresenta e diz que estava em Betim. “Entrei em contato com a polícia para que eles possam estar me recapturando, levando de volta a unidade prisional para apurar o fato do que estão me acusando”, diz. Ele também diz que a única coisa que pede é para que, assim como ele, outros dois parentes da menina passem pelos exames que serão realizados na investigação para descobrir a autoria do estupro.
Em outro vídeo, ele diz que está se entregando para um policial de São Mateus, cujo nome foi citado, e que só sairia de Betim com ele. “Acredito que daqui a pouco quando ele estiver chegando eu posso estar entrando em contato para mim (sic) localizar o lugar onde a gente vamo (sic) encontrar. Espero que dê tudo certo”, diz o homem.
O suspeito do estupro já chegou a cumprir pena por tráfico de drogas, associação criminosa e posse ilegal de arma. A prisão dele foi confirmada no início desta manhã pelo governado do Espírito Santo, Renato Casagrande, e pela Polícia Civil do estado. Os policiais civis capixabas estão voltando com o acusado para o Espírito Santo, mas não há previsão de quando ele chegará ao estado.
O novo mandado de prisão, por estupro de vulnerável, foi expedido pela 3.ª Vara Criminal de São Mateus, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), na quarta-feira passada, 12.
A menina foi transferida de São Mateus, no norte do Espírito Santo, para o Recife, capital de Pernambuco, após decisão do juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e da Juventude do município onde ela mora.
Desde o domingo, a criança está internada no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE). Foi no hospital que ela teve a gestação interrompida. O procedimento foi feito no domingo e finalizado na segunda-feira.
No dia do procedimento, o hospital foi alvo de atos de grupos religiosos, contrários ao aborto. Também houve manifestações de grupos de mulheres que defendiam o procedimento.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Olímpio Barbosa de Morais Filho, médico responsável pela unidade que realizou o aborto, afirmou que as pessoas “misturam ciência com religião”, “saúde com religião” e que é uma “tortura” o Estado obrigar a manutenção da gravidez de uma mulher violentada.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulomostra que casos como o da menina de 10 anos se repetem pelo Brasil. Dos 1.024 abortos permitidos por razões médicas entre janeiro e junho deste ano, 35 foram de meninas de até 14 anos, conforme a plataforma DataSus, do Ministério da Saúde. Em 2019, o total foi de 72 – média de uma a cada cinco dias.